STA34

Santo André, excerto 34

LocalidadeSanto André (Montalegre, Vila Real)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Hortense

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INF Uma vez eu eu estreei uma blusa. E depois a minha professora, foi logo dali que saí da escola, disse assim ele ele para uma rapariga ali na rua: "Ó" E ela diz-me assim: "Ai, que asseada andas"! E eu disse: "Estreei uma blúsia". Uma blúsia, sabe? Vem ela por trás: "Anda . Então como é que te ensinei na escola? É blúsia ou é blusa"? "Ai, é blusa". Ficou "Que te fique em lembrança"! Disse-me ela: "Que te fique em lembrança"!

INQ Mas a senhora diz blúsia?

INF Pois, eu dizia Agora ninguém diz blúsia. Ele disse, aquele dia: "uma blúsia". E ela disse: "Anda . Então como é que se diz: é blúsia ou é blusa"? [vocalização]

INQ Por falar em blusa, ainda bem que me fala nisso!

INF Eu vou-lhe descobrindo tudo.

INQ Como é que lavava a roupa antigamente?

INF Água e sabão . Agora é o sabão em , é mais bom de lavar.

INQ Não fazia uma coisa que

INF Umas barrelas. Isso era as antigas que eu não usei disso. Porque diz que os homens que usavam a camisa de linho, as calças de linho Depois deitavam a água numa ba- num cesto, punham a roupa em camadinha num cesto de vergas, e deitavam-lhe cinza, deitavam-lhe sabão, e depois botavam aquela água a ferver em cima dela. Era a tal barrela. Mas eu não fiz nunca. Mas ouvia-lhe falar à mãe do meu marido, que ela usava muito essa barrela.

INQ E não punham nada para cheirar bem, no meio da cinza?

INF Não. deitavam o [vocalização] sabão e a cinza, que era para clarear as roupas. Diziam que esta cinza de carvalho, da lenha de carvalho, que fazia clarear muito a roupa. E noutros tempos a roupa era toda branquinha, de sarja e de linho, e depois elas lavavam assim. Era como lavavam.


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