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STJ59

Couço, excerto 59

LocalidadeCouço (Coruche, Santarém)
AssuntoA oliveira, a azeitona e o azeite
Informante(s) Danilo

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INQ1 E quando ia para a prensa, punha as seiras em cima duma? Punha as seiras em cima do quê?

INF [vocalização] As se-, ia ia um carro de mão, um carrinho com a massa, e depois punham as seiras, e era escaldado com água com água a ferver e enchiam de massa. Depois ia para a prensa apertar, estava duas horas ali a espremer. Eles apertavam com uma roda, com uma roda e com e essa roda tinha um cabo em ferro onde eles se agarravam. Mas o meu avô apertava sozinho. Não precisava Era um homem possante! Ele sozinho apertava apertava a prensa. Mas quando não era Aqui no Couço, também houve um lagar desses. [pausa] Houve.

INQ1 Aqui no Couço também havia?

INF Houve. Havia, sim senhor. Também havia um lagar desses.

INQ2 E o sítio onde se punha as seiras, davam algum nome?

INF Isto, as seiras chamam-se os capachos.

INQ1 Sim.

INQ2 Aqui como é que se chamam?

INQ1 As seiras.

INF As seiras, no fim de espremer, tiravam-lhe o dos capachos o bagaço. [pausa] O que estava dentro é os bagaços.

INQ1 E quando apertava a prensa, para apertar, em cima das seiras não tinha assim um, um?

INF Tinha um tampão em ferro. Esse tampão é que apertava, ia a apertar até ao limite. Tinha uma graduação para para apertarem até chegar a essa graduação.

INQ1 E olhe, quando está ainda no moinho, não sai um primeiro, não sai logo um primeiro azeite?

INF Não.

INQ1 Não?

INF Sai a água-ruça. Depois é que eles vão purificar. Tem as m-, as as meduras as, as, as. Chama-se aquelas latas onde vai o azeite é as meduras. E dessas latas, das meduras, vai purificando, tem [vocalização] um cano para purificar. E tem O homem que trabalha que é o mestre do lagar é que sabe: vai a água O azeite vem ao de cima e a água vem para baixo. Tem uma torneira para tirar. E quando eles querem fazer o roubo para o inferno, estão ali na cara, os tipos não vêem nada. Dão um pontapé na torneira, deixam correr até eles lhe parecer. Depois dão-lhe outro pontapé. Eu era garoto, fui mais o meu pai ao lagar. O meu pai percebia; o meu avô foi quarenta e nove anos mestre de lagar. O meu pai nunca quis ser mestre. Porque ser mestre dum lagar, é preciso ter um feitio! Os Os fregueses chamam ladrão, chamam tudo, e eles, o que é eles têm de ter um feitio especial para não discutir com os clientes. [pausa] É essas coisas todas.


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