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TRC13

Fontinhas, excerto 13

LocalidadeFontinhas (Praia da Vitória, Angra do Heroísmo)
AssuntoAs festas religiosas e profanas
Informante(s) Brás Bráulio

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INF1 No sábado, quando é quatro horas da manhã, eu estou em casa do do imperador. Quando eu chego, o imperador um bombão grande que é um foguete grande. Os seus convidados sabem que o marchante que chegou. E correm logo para ir ajudar, está a perceber?

INQ Dizem, falou aqui de marchante

INF1 Sim, marchante, sou eu.

INQ Pois, portanto, marchante e mestre é o mesmo?

INF1 Marchante é o homem que mata reses, é o homem que corta carne, é o homem Está a perceber?

INQ Mas portanto, quer dizer, falar de marchante ou de mestre é a mesma coisa?

INF1 Sim. Quer dizer, o mestre é um homem que sabe, não é?

INQ Pois.

INF1 E como também o marchante é um homem que saiba, porque se não soubesse não o fazia, não é?

INQ Pois, não fazia isso.

INF1 Mas, quer dizer, eu sempre ouvi dizer: "Olha, é o marchante". É o homem que mata as reses, o homem que corta a carne, não é?

INQ Pois.

INF1 É o marchante.

INF2 Mas é tudo o mesmo.

INF1 É tudo o mesmo. Ser o mestre ou ser o marchante

INQ Portanto, a altura em que o senhor vai chegando a casa do imperador, entra

INF1 Eu chego e ele um foguete grande.

INQ um foguete grande.

INF1 Quando um foguete grande, eu vejo os vizinhos sairem e virem para ajudar porque sabem que eu que cheguei.

INQ Pois.

INF1 Depois quando esses homens chegam, pois ali uma distribuição, [pausa] da manhã, de um bocadinho de massa doce não é? , um calicezinho de aguardente, porque aquele ar é frio, da manhã cedo, e depois a gente pega a cortar carne. Ora [vocalização], cortar carne, aquilo ele tem várias divisões: eu vou dividindo carne para alcatra, vou dividindo carne para sopa, vou dividindo carne para esmolas. Porque depois umas esmolas dadas aos convidados: um quilo e meio de carne a cada casa. A quem ele convidou, está a perceber? Portanto, eu vou cortando: a carne que é própria para sopa, eu vou apartando para sopa; a carne que é própria para alcatra eu vou apartando para alcatra; a carne que é própria para fazer um presente bonito para dar a este ou àquele, pois eu vou-a cortando. E continuo ao domingo, até acabar ao sábado, até acabar a carne, sempre desta forma. À maneira em que eu vou partindo, ele vai distribuindo; são crianças que vão distribuindo por casa dos convidados a quem ele convidou. por volta das dez horas, pois a gente resolve um almoço não é? , com bifes. Às vezes, bifes grelhados que eu faço mesmo na ocasião. Até que se deu de eu estar a partir a carne não é? , e mais colegas meus a ajudar e, para não dar o trabalho às mulheres, a gente amanha uma grelha e [vocalização] a gente faz ali um braseal e ali a gente grelha os bifes não é? , e a gente come mesmo ali, quer dizer, [pausa] uma coisa de risada não é? , uma festa que a gente faz ali, a beber uns copos, até acabar as carnes. E [vocalização] quando se acaba de partir as carnes, eu então, nessa altura, tenho as alcatras para fazer. Faço as alcatras [pausa] e salgo a carne que é para a sopa. Quer dizer, preparar tudo para o dia seguinte que é no domingo estar tudo em ordem: estão as alcatras feitas, [vocalização] a carne da sopa salgadinha, do sábado, que é para no domingo de manhã então é que a gente prepará-la para a sopa.


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