INF1 Eu não estou assim bem dentro do assunto – porque não estou dentro do assunto. Mas isto, [pausa] tem muita habitação.
INQ1 Mais ou menos quanto?
INF1 Tem muita habitação!
INF2 Quatro mil e quinhentas a cinco mil pessoas.
INF1 Tem muita habitação. Há-de estar aqui até muita habitação, em área quadrada. E há muita falta de casas. E está muito pessoal aí… Tem muita [vocalização] Isto era é uma terra [pausa] que tem muita gente! Muita, muita! E acolhe-se cá! O pessoal todo dá-se bem aqui. Acolhe-se muita gente aqui a trabalhar. Já agora tem aí a maior parte, muita gente!
INF2 E a maior parte da malta que está aí nos hotéis são muitos filhos que são lá de cima do norte.
INF1 Pois, acolhe.
INF2 Estão empregados cá.
INF1 Isto era uma terra [pausa] que dá produto. Quer dizer, dá produção, pois dá. Isto temos muito pescador! [pausa] E temos mui-… É claro, [vocalização] tem muito o rio dá muito consumo a muita coisa [pausa] para as iscas, para pescar. Mas agora estamos mal, anda-se aí mal, porque apanharam… As faces da parte do rio mais mais importantes apanharam! , [pausa] As faces do rio mais importantes! Está aqui uns viveiros, e estão fazendo muitas coisas que não haviam de fazer: pôr pedras no rio. Se a natureza [pausa] dá o marisco para nós pescar [pausa] foi a providência que deu. [pausa] E estão a aterrar com pedras para nós não pescarmos, para nós não apanharmos… É um um rico, [pausa] que ele não precisa daquilo; é já para fazer mal a nós. Porque tem havido reclamações. Acho, acho eu, [pausa] que ele tem compadres que tapem em Portimão. Acho eu, porque oiço dizer.
INQ2 Pois.
INF1 Que já E até por acaso, ele é meu amigo e já tenho falado… Até uma ocasião falei-lhe mal. Porque não havia de falar, mas falei-lhe. Porque ele já não precisa disto! [pausa] e está pondo pedra miúda, brita, no rio – uma coisa que a providência deu! Um rio tão rico que isto é! [pausa] Há-de matar o rio. E se os senhores – eu não sei com quem é que estou falando – se o senhor amanhã ou o seu superior [pausa] querer ir ver, eu digo onde é que é o rio , o senhor vai, com certeza, à mesma à pessoa, que já dei o meu nome, [pausa] e vai lá, e o senhor diz assim: "Bem disse o rapaz: se mete como está este este coiso". Só o que dá é por cima, que ele põe a amêijoa. A natureza o que dá de dentro não arrebenta. Aquilo tapa- arrebenta com o pescador. E se ele pôr mais, como tinham o rio quase todo ele elevado – diz que já pôs lá para umas sacas para elevá-lo todo; não basta ser pouco! –, se ele pôr mais, arrebenta com a gente todos, marítimos. Não deve se arrebentar com todos. Todos temos que comer. E todos temos que produzir. Assim não se produz. E os grandes não sabem isso!
INQ1 Mas porque é que ele põe a brita na…
INF1 Põe a brita para por quase uma espécie de vingança, que ele já não precisa disso.