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ALV02

Alvor, excerto 2

LocationAlvor (Portimão, Faro)
SubjectOs rios e os mares
Informant(s) Ápio Apolinário
SurveyALEPG
Survey year1977
Interviewer(s)Gabriela Vitorino José Sobral
TranscriptionSandra Pereira
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INF1 Eu não estou assim bem dentro do assunto porque não estou dentro do assunto. Mas isto, [pausa] tem muita habitação.

INQ1 Mais ou menos quanto?

INF1 Tem muita habitação!

INF2 Quatro mil e quinhentas a cinco mil pessoas.

INF1 Tem muita habitação. Há-de estar aqui até muita habitação, em área quadrada. E muita falta de casas. E está muito pessoal Tem muita [vocalização] Isto era é uma terra [pausa] que tem muita gente! Muita, muita! E acolhe-se ! O pessoal todo dá-se bem aqui. Acolhe-se muita gente aqui a trabalhar. agora tem a maior parte, muita gente!

INF2 E a maior parte da malta que está nos hotéis são muitos filhos que são de cima do norte.

INF1 Pois, acolhe.

INF2 Estão empregados .

INF1 Isto era uma terra [pausa] que produto. Quer dizer, produção, pois . Isto temos muito pescador! [pausa] E temos mui- É claro, [vocalização] tem muito o rio muito consumo a muita coisa [pausa] para as iscas, para pescar. Mas agora estamos mal, anda-se mal, porque apanharam As faces da parte do rio mais mais importantes apanharam! , [pausa] As faces do rio mais importantes! Está aqui uns viveiros, e estão fazendo muitas coisas que não haviam de fazer: pôr pedras no rio. Se a natureza [pausa] o marisco para nós pescar [pausa] foi a providência que deu. [pausa] E estão a aterrar com pedras para nós não pescarmos, para nós não apanharmos É um um rico, [pausa] que ele não precisa daquilo; é para fazer mal a nós. Porque tem havido reclamações. Acho, acho eu, [pausa] que ele tem compadres que tapem em Portimão. Acho eu, porque oiço dizer.

INQ2 Pois.

INF1 Que E até por acaso, ele é meu amigo e tenho falado Até uma ocasião falei-lhe mal. Porque não havia de falar, mas falei-lhe. Porque ele não precisa disto! [pausa] e está pondo pedra miúda, brita, no rio uma coisa que a providência deu! Um rio tão rico que isto é! [pausa] Há-de matar o rio. E se os senhores eu não sei com quem é que estou falando se o senhor amanhã ou o seu superior [pausa] querer ir ver, eu digo onde é que é o rio , o senhor vai, com certeza, à mesma à pessoa, que dei o meu nome, [pausa] e vai , e o senhor diz assim: "Bem disse o rapaz: se mete como está este este coiso". o que é por cima, que ele põe a amêijoa. A natureza o que de dentro não arrebenta. Aquilo tapa- arrebenta com o pescador. E se ele pôr mais, como tinham o rio quase todo ele elevado diz que pôs para umas sacas para elevá-lo todo; não basta ser pouco! , se ele pôr mais, arrebenta com a gente todos, marítimos. Não deve se arrebentar com todos. Todos temos que comer. E todos temos que produzir. Assim não se produz. E os grandes não sabem isso!

INQ1 Mas porque é que ele põe a brita na

INF1 Põe a brita para por quase uma espécie de vingança, que ele não precisa disso.


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