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CLH07

Ribeira Seca, excerto 7

LocationRibeira Seca (Calheta, Angra do Heroísmo)
SubjectOs cereais
Informant(s) Idalinda Heraclides
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Gabriela Vitorino João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INF1 Semeiam as terras agora, semeiam as terras com [vocalização] assim com coisa para o gado. Não sei quê, como diga, favas, [vocalização] cevada, ou [vocalização] ou assim uma outra coisa. Depois para diante, comem aquilo com o gado. Ceifam-no ou deitam o gado à corda, depois o gado come, lavram as terras, ficam atalhadas a curtir. Depois semeia-se o milho, primeiro de Abril, Març- Abril, Maio. Depois sa- [vocalização] semeiam o milho; quando ele está a modo de sachar, sacham o milho; depois, dali a dias, quando ele está a modo, aterram-no [vocalização]

INQ1 E sacham com quê?

INF1 Com umas sachas.

INQ1 Assim, à mão?

INF1 À mão.

INQ1 E não se usava aquela

INF2 E ho-, e ho-, hoje E hoje em dia, em primeiro lugar, claveiram-no antes de sachar.

INF1 hoje em dia usam muito a claveira, que olha, esse Bom, alguns, que botam as claveiras.

INF2 Claveiravam, ultimamente, claveiravam.

INF1 se, se, se é que fosses a, , à a servir de burro e eu é que fosse à claveira.

INF2 Não. O que tinha a claveira ia O que estava à claveira ia a ajudar o outro que tinha um burro .

INF1 Mas, quer dizer, isto é [vocalização] é assim o que era mais ou menos, o que a gente fazia. Antigamente não havia muitas claveiras. Mas este foi claveirado, não foi sachado.

INQ2 Rhum-rhum.

INF1 Mas isto era para o gado. Mas, quer dizer, para ele ser É como eu estou dizendo. Depois ele

INQ1 Clavavam Portanto, desculpe , sachava primeiro?

INF1 Sachava primeiro. E depois quando ele estava assim [vocalização] assim por este tamanhinho

INF2 Mais baixo. Oh! Muito mais baixo!

INF1 Ou mais baixinho, conforme. Também, às vezes, havia muito, deixavam, passavam-lhe a claveira, [vocalização] para chegar a terra para dentro, e nos cabedulhos iam então com o sacho

INF2 Com os sachos de aterro, com os sachos de aterro, nessa altura.

INF1 é outro sa-. é outro sacho, porque não é os sachos de sachar quando é para a para sachar.

INQ1 São, tem, tem uma coisa mais larga?

INF1 São uns sachinhos mais mais estreitinhos; os de aterrar são uns sachos mais largos para chegar a terra mais

INQ1 Aterrar é che-, é chegar a terra

INF1 É chegar a terra para o milho para o milho criar raiz para.

INF2 Para o milho.

INF1 Depois deixa-se estar o milho até ali, ele amadurece, vai-se apanhar, faz-se mariotas Eu aqui não vejo nenhuma.

INQ1 Mariotas é aquilo que está agora nos terrenos?

INF1 É, é.

INQ1 Assim alto?

INF1 É, é, que eu vi. Faz-se aquela mario-. Leva-se uma

INQ1 Chama-se mariota.

INF1 Leva, leva Chama-se mariota. Acarreta-se a cana para a

INQ1 Chama-se?

INF1 Mariota. Chama-se a terra, [vocalização] chama-se Ele depois enche-se o milho, leva-se para as casas, [vocalização] ajunta-se pessoas, ele fazem uma desfolha [pausa] para descascar o milho. Depois escolhe-se o milho, e depois leva-se a [vocalização], seca, [vocalização] aquece-se o forno, seca-se o milho como aquela está a secar , debulha-se, e depois de debulhado e de estar seco

INQ1 Onde é que debulha?

INF1 Num engenho, assim.

INQ1 Mas antigamente havia esses engenhos?

INF1 Também havia engenhos. A gente não tinha, mas havia em muito lugar. Mas ainda um ainda uns outros engenhos que eu me lembra de outros tempos, que têm uma roda muito grande. E eu moía bastante aquilo. Depois de agarrar a embalagem, vai bem. E aquilo é botado por um buraco abaixo e sai por outro para uma, para baixo, os grães e para a banda os sabugos.

INF2 O milho escolhe-se depois de sair do forno, não é?

INF1 É, se tem falta. E se não tem, isso então não é uma coisa que

INF2 Eu parecia-me que ele que se escolhia que era antes de ir para o forno secar.

INF1 Não, mas também se escolhe antes de ir para o forno. Mas o da também estando muitos dias em casa, tem que escolher. E depois [vocalização] é então aventejado, joeirado e botado em bidões, e vai-se então tirando e fazendo, rodando ao moinho.

INQ1 E os bidões, guardava-se aonde?

INF1 No palheiro. Nós ainda temos ali um.

INF2 No palheiro ou em casa, conforme. E quem não tinha palheiro?

INF1 Oh! Não! Em casa então não não é.

INF2 Quem não tinha palheiro era em casa.

INF1 Guarda-se então é nos palheiros. [vocalização] Nos palheiros ou em casa, mas quase sempre é nos nos palheiros, nuns bidões grandes, de folha. Está ali

INQ1 São assim com uma, com uma boca estreitinha, ou não?

INF1 São assim largos e depois faz assim [pausa] e faz uma boca assim, uma boquinha assim.

INQ1 Exactamente. Sim senhor. vi. Vi no Pico.

INF1 É. [vocalização] Pois, é disso. E que é E depois vai-se tirando dali para levar para a moagem ou para a ribeira, para estes moinhos. Mas hoje em dia não moinho. Mas antigamente, assim que a gente chovia, que ele parecia que a ribeira vinha, a gente vinha logo, porque não havia moagem.

INQ2 Rhum.

INQ1 Claro.

INF1 E depois é levar para casa e é peneirada a farinha, para tirar o farelo, escaldado e amassado e posto a levedar. E depois então vai para o forno.

INQ2 Para ir a

INF1 Depois come-se e prontos! Ficou o milho arrumado.

INF2


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