INQ1 Olhe e isto era uma erva que antigamente nas ceifas, ele estendia muito pelo centeio ou pelo trigo e…
INF Pois, chamavam ervilha. Isto é ervilha.
INQ1 Ervilha?
INF É, é.
INQ1 Mas era uma coisa que picava?
INF Picava, picava. [vocalização] A gente, quando [vocalização] havia ervilha no centeio, a gente picava-se muito nas mãos. Picava muito nas mãos à gente.
INQ2 Pois, mas eu… Eu acho que esta é mais, mais baixinha. Anda mais no chão.
INF É, é. . [pausa] Pois anda mais no chão. Isso [vocalização] Isso é tudo…
INQ1 Ervilha?
INF [vocalização] A ervilha [pausa] estende pelo chão. E outras vezes trepava assim por o por o centeio. [pausa]
INQ1 Pelo centeio. Diga-me uma coisa…
INF Mas o que é é que se desfazia – desfazia-se bem.
INQ1 Aqui não havia nada que chamassem unhagata?
INF Ui! É o que mais hav-. É o que mais
INQ1 Então e não era assim a unhagata, veja lá?
INF Hã… Pois é. É. Aqui esta – olhe – que é a que chamávamos a unhagata que nos picávamos nas mãos, quando andávamos a ceifar. Chamávamos a unhagata. Era esta, era.
INQ1 Pronto.
INF Tem aqui os bicos.
INQ1 Olhe, e esta era uma outra erva que aparecia no meio do trigo, muitas vezes…
INF Joio.
INQ1 Sim senhor. Conhece tudo!
INF Então, a gente esteve [vocalização]… Foi a vida da gente!
INQ1 Oh, mas quantas vezes a gente está a falar com uma senhora da sua idade que a vida dela foi toda no campo e não sabem as ervas! Os nomes das ervas.
INF Então mas eu [vocalização] … Muitas coisas já a mim já me podem esquecer, mas outras ainda as conheço! Ainda
INQ1 Sim senhora.
INF Ainda Ainda conheço tudo! Então eu, graças a Deus, cultivei tanta tralha!