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LAR15

Larinho, excerto 15

LocationLarinho (Torre de Moncorvo, Bragança)
SubjectA agricultura
Informant(s) César Clara
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)Gabriela Vitorino Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Quer dizer, esperemos é que isto continue a viver-se bem, porque como andam a dizer

INF1 Ah, quem sabe !

INQ1 Está tudo mal, disto e daquilo e daqueloutro.

INF1 Ah, sim, claro. A gente, isto

INQ1 E as coisas, os produtos que se deitam na terra que fazem mal, depois que contaminam os rios. Nunca se sabe.

INF1 Pois é. E é natural. E até E até será natural. E até será natural, porque hoje a gente nem tem tanta saúde como tinha antigamente, porque é tudo à base de quimas químicas. Porque antigamente quase não se usava o adubo.

INQ1 Claro.

INF1 Agora não. Agora é tudo à base de adubo e tudo faz mal.

INQ2 Pois.

INF1 Sim não é? , tudo faz mal.

INQ1 E uma terra com adubos durante uns anos e depois

INQ2 E depois deixa de dar.

INF1 Depois fica degotada. Fica degotada. Os animais, as abelhas, tem levado muita coisa caminho com esta coisa das químicas. Por exemplo, botar remédios à erva hoje estes remédios para botar remédios à erva. Ora, o animal, por exemplo, vai , por exemplo, as abelhas, ,

INQ1 Claro.

INF1 que é a coisa que anda mais no campo. Ora, se está a erva envenenada, levam caminho, não é?

INQ1 Claro.

INF1 Portanto, e a gente come come muitos animais praticamente co- com este mal d- destas coisas, não é verdade?

INQ1 É, é.

INF1 Que é assim mesmo. Portanto, a gente agora tem tendência Dura menos e [vocalização] as coisas estarem piores devido devido a isto, pronto, [pausa]

INQ1 É, é. As pessoas têm mais doenças.

INF1 devido, pronto, a [vocalização] estas co-, estas químicas, que deve ser estas químicas mesmo, pois. Que é assim mesmo [vocalização]. As terras nem como o natural.

INQ1 Claro.

INF1 Nem como o natural.

INQ1 Claro. Claro, quando era com estrume

INF1 Pois, é como a gente É

INF2 Nós, as batatas, é com estrume do do gado.

INQ1 Pois.

INF1 É como a gente, por exemplo, as carnes e as coisas que come.

INQ1 Sim, mas para baixo não é.

INF1 Sim, pois não. Por afora [vocalização], em certos lugares não estrume.

INQ1 Por isso é que as batatas de Trás-os-Montes são muito melhores que as batatas de baixo.

INQ2 Pois.

INF1 São. Conservam mais. É como, por exemplo, as carnes, os porcos e as galinhas, o que a gente comia antigamente, era tudo à base do campo. Hoje não é. Portanto, [vocalização] e a gente come essas carnes mas não nos dão saúde.

INQ2 Pois.

INF1 Porque é assim mesmo. Não Porque são são feitas à base de Agora, por exemplo

INF2 A gente mata um [vocalização] frango caseiro, tem outro gosto que não tem o [vocalização] o dos sacos.

INQ1 Claro.

INF1 São dos aviários.

INQ2 Pois é.

INF1 Porque, é claro, então então um [vocalização] pito, não é, para nós, para se pôr bom, leva quase um ano para se pôr bom. Hoje [vocalização], num mês, põem um pito bom.

INQ2 É verdade.

INF1 Portanto e os porcos e o resto é igual, [pausa] e vitelos, e tal.

INQ2 Não têm gosto nenhum.

INF1 Portanto [vocalização]

INF2 Eu, estas pitinhas que aqui tenho, as tenho [vocalização] três meses, e não estão grande coisa.

INF1 Portanto, é assim. E nós comemos isso tudo e a saúde é assim mesmo. Pronto. E é isso. É, é. É assim.

INQ1 Pois, pois, pois

INQ2 Pois, pois, pois.


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