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MIG05

Ponta Garça, excerto 5

LocationPonta Garça (Vila Franca do Campo, Ponta Delgada)
SubjectErvas, arbustos e flores
Informant(s) Amílcar Aristóbulo Amós
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)Gabriela Vitorino João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 bocadinho também falou que se punha, antigamente nas casas de terra, de chão de terra, que se punha esta coisa de

INF1 Era, era, punham [vocalização]

INF2 E erva-santa.

INF1 E erva-santa também que cheirava muito bem.

INF2 Para largar aquele cheirinho.

INF1 Erva-santa. A senhora sabe o que é erva-santa?

INQ1 Erva-santa? Não. Acho que não sei o que é

INF1 É uma erva que dava nas pastagens, que espigava e que cheirava muito bem em casa, quando ela estava seca.

INF2 Dava um cheiro

INF1 E as mulheres até gostavam muito, porque as casas Não havia ca- Havia muita casa era de terra. Não havia de cimento, não havia esses azulejos, não havia esses tijolos de agora. Era tudo de terra e, pelas festas, elas gostavam das casas enf- assim com aquele cheiro daquela erva-santa no chão, ou então ramada de pinho, ou criptoméria também. Aquilo dava cheiro e não estavam com os pés no chão. Pois.

INQ1 Mas era nessa época?

INF1 Era nas alturas das festas que usavam isso e de Verão quando havia quando havia a tal erva-santa. Que então de Verão é que havia a erva-santa, que traziam muita e era o que se usava nas festas. Mesmo as pessoas traziam aquilo [pausa] para dar um cheiro em casa. E a casa estava sempre mais bem atimada.

INF2 Eu, em casa, também era isso.

INF3 Não havia trevo!

INF1 Não havia trevo.

INQ2 Não, o que eu queria lhe perguntar, era: a gente falou nas pastagens bocado e eu queria era Essas pastagens, semeava-se qualquer coisa para crescer ou era a erva que crescia assim?

INF2 Era, era a erva

INF1 Primeiro, [vocalização] ela nascia por si, a erva-santa e a erva da terra. Depois é que [pausa] é que começavam a vir mais: o trevo, azevém, aquilo tudo. Mas no tempo era erva que nascia para ali e que dava muita erva-santa.

INF3 Muita erva-santa.

INQ2 Diga-me uma coisa: o azevém não era parecido com esta? Não está aqui.

INQ1 O azevém é o quê?

INF2 azevém de várias qualidades.

INQ2 É parecido com isto, com o joio?

INQ1 Ah!

INF1 azevém de muitas qualidades.

INQ1 O azevém era parecido com o joio, ou não?

INF1 um azevém rijo que ele eu acho que é parecido com isso.

INF3 Eu não Eu não conheço o joio. conheço o joio é do evangelho!

INF1 Do evangelho .

INQ1 E é de palavra!

INF3 E é de palavra. Eu não sei o que é joio não é?

INQ1 Não está ? Está .

INQ2 Está .

INF3

INQ1 Mas o senhor conheceu o joio, ou não?

INF1 Ele [vocalização] é como eu Ele é um [vocalização] espé- uma espécie de erva rija

INQ1 Sim.

INF1 Uma erva muito rija. É como um

INQ1 Assim com uma espiga.

INF1 Exactamente.

INQ1 Rija?

INF1 Uma espécie de junco, de de junco.

INF2

INF1 Mais baixinho, mais Ele não é como o junco A senhora sabe o que é a junqueira?

INQ1 Sei.

INF1 Uma junqueira que é de fazer capa-.

INQ1 depois uma folhinha

INF1 E faziam capachos, no tempo, de junco. O joio é uma coisa mais miúda do que isso, mas rija. O an- O animal não gosta disso. É uma erva ruim, não é? É uma erva que não era boa.


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