INQ1 Mas também trabalhou alguma vez na lavoura?
INF Eu trabalhei na lavoura, pois. Trabalhei na lavoura. Sei sachar o milho, sei como é que se semeia, sei como é que se lavra, sei tudo, não é.
INQ1 Ai sabe?! Ah!
INF Ai, isso sei. Não Não haja dúvida nenhuma que sei. Por acaso sei.
INQ1 Os seus pais eram daqui, já?
INF Não. O meu fa-, o me- O meu pai era de Paredes de Coura.
INQ1 Ah!
INF É. Era aqui de Ferreira.
INQ2 E o senhor veio nascer aqui?
INF E [vocalização] minha mãe era daqui. [pausa] Minha mãe era. Os meus avôs moravam moravam aqui assim em cima. Eu nasci aqui numa casita que está aqui assim, que agora só tem o terreno que as pedras já caíram. É. Pois é.
INQ1 E andou na escola?
INF Andei. Andei na escola, andei. Andei inté à terceira classe. Depois as professoras, naquele tempo, não era a gente não era obrigado, não é? Depois o meu falecido pai morreu de [vocalização] desastre duma pedre- de pedreira…
INQ1 Oh, que azar!
INF E eu depois, está claro, andei meio assim, fui para fui para Lisboa. Depois que fui para Lisboa é que fui para o comércio. Estive no comércio! Depois do comércio fui à tropa, depois vim-me embora, resolvi casar, fiquei por cá. [vocalização] É, é.
INQ2 Sim senhor.
INQ1 Então andou à escola aqui?
INF Andei na escola aqui, andei. Era uma professora, era lá da beira do Porto. Ali do Porto, ou fosse ali de [vocalização] Penafiel, para ali. Morreu agora há pouco. Mas devia de morrer… Devia ter uma idade boa. É. Pois é. É assim.