INQ Faça de conta que está aqui o seu avô, como é que lhe falava?
INF1 "Meu avô isto. Quer isto? Quer aquilo"? Ou: "Venho fazer isto a casa do meu avô"…
INQ E se fosse a sua avó?
INF1 É igual.
INQ "Minha avó"?
INF1 Era: "Minha avó". Gostava bem dela! [pausa] Agora do meu avô eu não gostava muito, que ele um dia não me deixou eu lá ficar. O meu avô morava no Cardal. Ora dizia a minha mãe: "Então, então vai-o ver". E depois eu fui mas não disse a minha mãe que queria ficar no Cardal. [pausa] E [vocalização] depois mesmo já, já já o sol estava quase posto, meu avô disse [pausa] à mulher, assim à minha avó, ele disse: "Esta pequena fica cá hoje"? Ela disse: "Ah, ela quer ficar"! "Eh rapariga, tu disseste a tua mãe que ficavas cá hoje"?, meu avô foi assim. E eu disse: "Não senhor, não disse". "Então põe-te a andar, que é noite"! Hi, Jesus do Céu!
INF2
INF1 Eu pus-me a andar, depois fazia como uns pinheiros que, à volta do caminho, ainda eu parei um nadinha porque cuidava que minha avó que vinha bradar para eu ir para trás.
INF2 Era, era!
INF1 Se eu não tenho juízo nenhum! E o meu avô estava lá sentadinho, já com o bordãozinho ao canto da casa numa cadeira e então: "Minha avó ainda vai dizer que eu que volte para trás". Fui-me embora! Cheguei a casa de noite, minha mãe perguntou: "Eh mulher, porque é que vieste tão de noite"? "Sabes, é que meu avô não me deixou lá ficar"! " Pois então eu não tinha que te dar autorização. Não tinhas Não tinhas falado para ficar lá de noite, e agora como era isso"? Ela aí tinha razão. Não gostava então muito do meu avô!