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Alcochete, excerto 1

LocalidadeAlcochete (Alcochete, Setúbal)
AssuntoA agricultura
Informante(s) Anselmo

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[1]
está um celeiro que é debaixo,
[2]
e enchia-se esses esses dois celeiros.
[3]
Hoje não se semeia nada.
[4]
Está abandonados.
[5]
Estão fechados.
[6]
Não semeia nada.
[7]
Aqui desta área de Alcochete, não se semeia trigo.
[8]
Semeou-se muito,
[9]
mas agora não se semeia.
[10]
INF Sei.
[11]
Então eu semeei tanto!
[12]
INF Então, o trigo é:
[13]
a gente lavrava a terra…
[14]
INF A primeira vez que lav- lavrava?
[15]
INF Dava-se a primeira lavoura
[16]
[pausa] e depois dava-se a se-.
[17]
INF Não.
[18]
Dava-se a primeira lavoura…
[19]
E, bem, e há quem empregue também alqueve.
[20]
INF Aqui, a gente era:
[21]
da- dava-se uma lavoura,
[22]
e depois dava-se segunda,
[23]
e depois íamos,
[24]
abríamos os regos
[25]
e semeava-se o trigo.
[26]
Que era para, para vir Que era para para a terra estar limpa de erva, [pausa] estar limpinha.
[27]
INF E-, e- [vocalização] Era atravessado.
[28]
Dava-se esta assim
[29]
e depois dava-se a outra a atravessar.
[30]
INF Essa segunda lavoura?
[31]
Então era a segunda lavoura.
[32]
INF Não.
[33]
A gente era cá…
[34]
A nossa cá era, era a segunda era a segunda lavoura.
[35]
[pausa] E agora empregam também é o segundo alqueve,
[36]
é o primeiro alqueve.
[37]
Mas é a gente cá, o nosso, é é a lavoura.
[38]
Era:
[39]
"Vou-lhe dar mais uma lavoura".
[40]
E:
[41]
"Já tem a primeira,
[42]
já tem a segunda".
[43]
E assim é que a gente fazia.
[44]
INF Mato.
[45]
INF Isso c- [pausa] corta-se o mato.
[46]
INF Com uma enxada.
[47]
INF À enxada.
[48]
INF Ah!
[49]
Eles agora Eles agora, com o mato, sabe o que é que eles fazem?
[50]
INF Têm um um aparelho, com uns dentes de ferro,
[51]
[pausa] e arrancam.
[52]
E depois passam [pausa] com aquilo duas e três vezes.
[53]
Destroem aquilo tudo.
[54]
Depois passam com uma grade de discos –
[55]
mas isso é com um tractor!

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