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Alcochete, excerto 5

LocationAlcochete (Alcochete, Setúbal)
SubjectOs cereais
Informant(s) Anselmo
SurveyALEPG
Survey year1990
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Trigo?
[2]
Era cevada, centeio.
[3]
[pausa] Cevada-branca, cevada, cevada cevada-aveia, centeio.
[4]
[pausa] Mas então tinha uma coisa:
[5]
quando se semeava de trigo, não se podia semear pragana.
[6]
INF É as outras searas trigo; trigo ou centeio.
[7]
INF A gente emprega sempre aquele nome é de pragana.
[8]
INF É aveia, é trigo, é tudo;
[9]
é tudo pragana.
[10]
Aquilo é tudo pragana.
[11]
A gente, as praganas é [vocalização] tudo quanto é bago é de bago de coiso.
[12]
E Mas a gente de-, dessa dessa seara que semeava trigo, do outro ano a seguir não semeava cevada.
[13]
Tinha sido pragana.
[14]
Se Semeava-se favas.
[15]
[pausa] Dava-se um ano de folga à terra [pausa] dessa seara
[16]
e punha-se outra.
[17]
Podia-se pôr milho,
[18]
[pausa] podia-se pôr grão,
[19]
podia-se pôr ervilhas.
[20]
Dessa, dava-se folga Dava-se folga um ano.
[21]
Depois ao outro ano podia-se semear outra vez [pausa] a [vocalização] o centeio, ou cevada, ou trigo.
[22]
Nunca se semeava nenhum
[23]
INF Outra corte ou outra seara.
[24]
Porque nunca dava, que a terra enjoa.
[25]
[pausa] A terra ainda enjoa!
[26]
INF A gente nunca pode [vocalização] A gente nunca pode estar a semear uma seara sempre no mesmo sítio, que a terra enjoa.
[27]
É como a gente também enjoa o comer.
[28]
comeres que a gente também enjoa.
[29]
INF Se lhe come sempre!
[30]
[pausa] Isso chama-se dar a folga.
[31]
INF Dá-se a folga à terra com outra seara.

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