Representação em frases

Alcochete, excerto 17

LocalidadeAlcochete (Alcochete, Setúbal)
AssuntoA oliveira, a azeitona e o azeite
Informante(s) Anselmo

Texto: -


[1]
INF Um pinguinho de azeite?
[2]
INF Então, o azeite é as oliveiras.
[3]
INF As oliveiras, [pausa] nasce [vocalização] o [vocalização] candeio
[4]
[pausa] Depois do candeio, viga vinga a azeitona.
[5]
[pausa] E depois de a azeitona [pausa] estar verde, começa-se a fazer preta.
[6]
[pausa] Depois de ela estar preta, em Outubro, vai apanhada.
[7]
[pausa] Depois vai para o lagar.
[8]
Do lagar, vai a umas prensas
[9]
que aquilo é apertada com umas coisas de corda à roda, em cima,
[10]
aperta bem espremido.
[11]
Está a correr o azeite por aquelas [pausa] coisas de m- de corda, sempre.
[12]
Está a correr para dentro dum, dumas bi-, umas bi- dumas vasilhas, em folha em zinco!
[13]
Depois daquelas aquelas vasilhas em zinco, é transportada para dentro doutras vasilhas.
[14]
Não é em madeira,
[15]
é tudo em folha!
[16]
[pausa] Depois está ali uns [vocalização] tempos
[17]
Está ali um [vocalização] Está ali [vocalização] talvez um mês, [pausa] que é para perder aquele acede-, aquele ace- aquele
[18]
Ai, que esquece-me o nome daquilo!
[19]
É [vocalização] o ácido!
[20]
para perder aquele ácido, do, do do ácido de, da da azeitona.
[21]
Que é para depois aquilo ficar limpo, para não ter gosto nenhum.
[22]
INF O que começa a nascer é o zi- é o [vocalização] o candeio.
[23]
INF Pois.
[24]
INF Ah!
[25]
Isso é os arrebentos!
[26]
[vocalização] Isso corta-se.
[27]
INF Aquilo está a puxar pela árvore.
[28]
Aquilo corta-se fora.
[29]
Quanto mais arrebentos a árvore tem de roda, mais está a explorá-la.
[30]
E a árvore não quer ser explorada, que quer aquilo que tem em cima, a capota.
[31]
INF "Vou cortar aqueles arrebentos à oliveira".
[32]
INF Isso, brava, é um [vocalização] um zambujeiro.
[33]
INF E estes depois é enxertado.
[34]
E que também se pode enxertar zambujeiro em oliveira.
[35]
INF Um zambujeiro.
[36]
INF azeitona também,
[37]
mas é brava.
[38]
INF Não se aproveita.
[39]
INF Quando [vocalização] é a época de ir à azeitona
[40]
INF Para ir Para ir apanhar a azeitona, ir varejar.
[41]
Varejar com varas.
[42]
Bater.
[43]
Estendem umas uns sacos por baixo agora é de plástico ,
[44]
estendem uns plásticos por baixo,
[45]
e depois vão acima,
[46]
começam a baterem para baixo.
[47]
INF Era para o chão
[48]
e varria-se com uma vassoira.
[49]
INF Nada.
[50]
Aceirava-se a Aceirava-se a oliveira [pausa] por baixo
[51]
INF "Aceirava-se"
[52]
é, é é tirar as ervas.
[53]
Aquilo chama-se o aceirar.
[54]
E depois varria-se.
[55]
[pausa] Varria-se tudo para fora da capota da da oliveira.
[56]
Depois a oliveira deixava cair a, a as folhas, ou a azeitona, e folhas e tudo que ia batido;
[57]
depois aquilo ia tudo varrido para o monte.
[58]
Depois ia [vocalização] mandado ao vento, com um crivo.
[59]
[pausa] Enchia-se o crivo
[60]
e mandava-se assim ao vento.
[61]
As folhas saíam
[62]
INF [vocalização] As folhas saíam
[63]
e a azeitona ficava ali, em cima dum pano limpo, que era para depois de estar limpa para ele a gente pôr dentro duma canastra.

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