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Alcochete, excerto 30
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[vocalização] "Eh, Arnoldo, sábado vamos matar um porco,
[pausa] E depois o porco ia para cima duma selha –
isto faça de conta que é isto…
Estendia-se o porco em cima da da selha,
ele [pausa] ia ali para a banda da cabeça,
e metia a faca aqui por baixo da garganta direito ao coração,
e a gente agarrava das pernas.
[pausa] O porco ficava ali a roncar até dar ele o gemido.
Estava ali ainda em cima da selha,
Ele ia [pausa] com um bocado de pau ali aos perniles, ali às pernas,
entalava-se assim dentro dos dois perniles,
[pausa] pendurava-se da escada…
[pausa] Depois ia para cima duma mesa [pausa] para ele dividir o toicinho da carne.
cortava as pernas, as mãos,
e depois separava o toicinho da carne.
ia outro presunto para ali,
ia a carne e as costelas, e aquilo tudo [pausa] ali para vender.
INF E, e, e E aquilo era feito madurar.
Naquele tempo era uma maravilha!
INF E fazer a matança ao porco.
Ele era bom porque sabia fazer aquilo.
Magarefes é agora do matadouro.
INF Do matadouro é que é ma- os magarefes.
Mas antigamente não era assim.
Até houvia aqui um, que morava aqui d- daquele prédio ali em baixo, daquelas casas de baixo, que era o tio Argílio.
mas casou cá em Alcochete.
Esse também me matou porcos a mim.
INF Era de mesmo matar porcos.
[pausa] E [vocalização] matar porcos, já ele estava acostumado já lá do Montijo.
O matador só se dizia era lá dentro do matadouro, ali.
INF É onde é que se matava o gado.
E depois é onde é que está que estão os magarefes, que estão lá, que matam.
Mas esse nome de magarefe já é agora moderno.
Eu cá quando ouvi falar em magarefes, foi agora quando fui levar o gado ao Montijo, aqui há anos.
[pausa] Ainda Ainda o matadouro do Montijo funcionava.
E depois é que estava lá aqueles empregados, que foram daqui, deste matadouro que fechou, para lá.
"Mas o que era aquele nome"?
"O que é que estão a empregar aquele nome"?
"Então é o nome que dão agora a eles, aos ma- aos que estão lá a matar, magare- magarefes, magarefes"…
Quando o porco é morto, ele é chamuscado com mato.
INF E depois bem raspado!
Com uma faca, tirar aquele negro todo
Depois de estar lavado, com um pano com água quente, é que depois é pendurado.
É raspado assim o couro com a faca, que é para tirar aquele chamusco com aquele, os cabelos, e aquilo tudo.
aquele chamusco do, do do mato,
INF que é, que é que é bem chamuscado.
E depois aquilo vai é tudo raspado, que é para raspar aqueles cabelos.
Ficam cortadinhos, pequeninos,
e [vocalização] fica depois aquilo limpinho, o couro limpinho.
Que os coiros depois também é vendido.
INF A gente cá, [pausa] quando era quando eu os matava, é;
mas da quando era ali do matadouro, era uns ganchos.
isto é-, isto era Isto que está aqui [pausa] era como a gente fazia cá:
metia-se um pernil aqui e outro daqui;
e depois era aqui atado a corda, aqui à escada.
INF Isto aqui [vocalização] era o o…
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