Representação em frases
Alcochete, excerto 31
Texto: -
INF Isso pode-se pôr aí dum caixote
INF u- uma mancheia de palha
e [vocalização] ali dali é que elas vão pôr.
INF É só caixote, a esse sítio.
Ali ao A gente diz assim: "Eh! Olha, lá está aquele canto do caixote, onde a galinha põe os ovos".
Ele nunca lá se põe ovos nenhuns.
Põe-se é o caixote, que elas quando vêem o caixote vão logo lá.
Nunca lá se põe ovos porque elas, [pausa] quando é a primeira vez de lá ir o ovo, tem que não lá estar novo não ovo nenhum, que é por causa de elas não se acostumarem a picar e a comer.
Que, se elas vêem lá outro ovo, começam a picar e partem os ovos.
É preciso até estar a queimar o o bico,
é preciso estar a queimar o bico a elas para elas deixar de comer os ovos.
INF Aquilo queima-se com um ferro em brasa.
INF Dentro duma capoeira.
INF E dentro da capoeira, den- Dentro da capoeira é tudo vedada com arame, à roda;
faz-se uma casinhola lá dentro, aonde ela vai pôr os ovos.
[pausa] Põe-se lá o caixote, com palha, ou com uma mancheia de serradura,
e põem o ovo, [pausa] dentro daquele caixote.
Quando acaba duma de pôr, vai a outra.
[pausa] Às vezes, como é muitas, põe-se dois caixotes.
INF Isso o [vocalização] galinheiro chama-se é à capoeira.
INF Isso é que se chama chama o galinheiro.
INF Porque o nome do galinheiro é preparado mesmo com tijolo.
Por isso é que se Por isso é que se emprega o nome dum galinheiro,
mas é é preparado como como deve ser.
INF Agora a gente fazer cá uma capoeira, cá assim volante, é uma capoeira…
Com arame faz-se uma casinhola lá dentro para se pôr [pausa] os poleiros, para elas estarem abrigadas por causa da chuva,
e [vocalização] põe-se os caixotes para elas porem os ovos,
e depois vêm cá para fora para a para o pátio.
Porque chama a gente um pátio, que é para elas andarem ali à vontade, a espojarem-se e tudo.
INF A galinha quando se põe em cima do ovo é quando está a chocar.
nem se quer tirar lá de cima dos ovos que não é dela.
Mas quando ela está mesmo agarrada de todo, agarra-se numa dúzia de ovos, [pausa] e agarra-se um numa caixa – mesmo um caixotezito – com palha, põe-se ela além em cima dos ovos e ela acarra-se além aos ovos.
[pausa] Está ali agarrada aos ovos até o tempo de tirar os pintos.
Quando se tira os pintos, tira-se de lá ela lá de cima, para dar de comer a ela.
Põe-se uma coisa com água,
Depois galga outra vez para cima dos ovos.
INF Está do Está do, do do diabo do …
INF Está dentro do choco.
INF Está Está agarrada do choco [pausa] em cima dos ovos.
É o que a gente tem cá falta.
INF Nessa altura não, que ela está cheia de febre!
INF Não o, des- Desde aquela altura do choco que ela está com febre.
[pausa] Até Até ela não deixar os pintos, [pausa] nunca se pode comer.
Ela, enquanto tem os pintos, está sempre com febre.
INF Anda sempre com aquele: có-có, có-có, có-có, có-có, có-có, có!
INF É a chamar ela os pintos.
INF Não tem, não tem Não tem a gema do lá dentro.
INF Não, não Não tem a ga- a galação.
INF Às vezes até apodrece.
INF Ele leva aquele tempo debaixo da galinha, do calor,
INF Porque os ovos, quando são tirados, é aqueles que são galados.
O que não é galado apodrece debaixo da galinha.
INF Há um ovo que apodreceu, porque não foi galado.
"Aquele ovo que apodreceu não foi galado".
E é o [vocalização] moela.
Que eu sei que ele há ele é outra coisa que se tira, aquilo…
Mas aquilo tudo tira-se da galinha
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