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Cabeço de Vide, excerto 16

LocationCabeço de Vide (Fronteira, Portalegre)
SubjectA rega
Informant(s) André
SurveyALEPG
Survey year1994
Interviewer(s)João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Ah!
[2]
INF Aquilo tinha uma presa. [pausa] no ribeiro [pausa] ao cimo da horta.
[3]
E então a água juntava ali
[4]
e largava-se [pausa] a água a correr ali pela regadeira abaixo.
[5]
E pronto!
[6]
INF O rego.
[7]
É.
[8]
[vocalização] Aqui a gente chama-lhe uma regadeira
[9]
e além no no coiso é uma regueira.
[10]
INF [vocalização] Quer dizer, aquilo a gente encaminhava aquilo à [vocalização], à à maneira como queria.
[11]
[vocalização] Aquilo encaminhava-se [vocalização]
[12]
Eu tenho coisas na minha vida levadas da breca!
[13]
Bem, aquilo [pausa] quando fizeram aquela presa, o que puseram [vocalização] de buraco para a água sair foi o troço duma azinheira.
[14]
Mas aquilo ou estaria podre
[15]
[pausa] ou apodreceria depois de estar;
[16]
aquilo não vedava.
[17]
E a presa todos os anos enchia [pausa] de terra porque a água enchia e saltava por cima da parede.
[18]
E eu disse:
[19]
"Isto assim é um trabalhão bruto!
[20]
Todos os anos a mandar tirar esta terra"
[21]
Porque aquilo enchia de terra, mesmo tudo até à à altura da parede.
[22]
"E então isto abre-se
[23]
mas é aqui um portado
[24]
e põe-se aqui uma bucha nova".
[25]
[pausa] Foi aquele homem um pedreiro ,
[26]
foi aquele homem cinco vezes ao de mim à horta chamar-me para eu lhe ir marcar a altura [pausa] do coiso.
[27]
Digo:
[28]
"Ó homem , então não tem está a altura?
[29]
Então você não sabe tirar o nível de da entrada da horta para para pôr aquilo"?
[30]
"Ah, senhor André mas eu não estou habituado a isto.
[31]
E eu não estou habituado.
[32]
E eu não estou habituado.
[33]
E eu não estou habituado".
[34]
E tive que ir marcar aquilo.
[35]
[pausa] Mandei fazer a um carpinteiro que havia na casa um pau, [pausa] assim [pausa] enfunilado, mais estreito por um lado, que era para quando apertasse.
[36]
Conforme se batia, apertava.
[37]
O homem começa,
[38]
põe o pau,
[39]
e começa a pôr aquilo tudo cheio de de casquelhos em cima do pau.
[40]
Digo assim:
[41]
"Ó mestre!
[42]
Então você sem ver você não
[43]
Havia de pôr massa primeiro em cima do pau,
[44]
está a pôr os casquelhos!?
[45]
A massa depois põe-se aqui em cima
[46]
e vai para baixo".
[47]
"Isso vai fica- fica sempre a vazar".
[48]
"Não fica, não senhora".
[49]
"Fica, sim senhora".
[50]
[vocalização] Quando lhe eu disse, o senhor saiu.
[51]
.
[52]
Mais tarde, fui eu aqui a um ferro-velho que aqui na terra.
[53]
[vocalização] Levei de um bocado de [pausa] tubo de ferro [pausa] mas assim valente.
[54]
Arrebentei com aquilo que estava
[55]
e 'puse-o'
[56]
que é é o que está hoje.
[57]
Mas quando fecha, fecha.
[58]
Fecha mesmo.
[59]
Não, não Não tem problema.
[60]
Mas está o portado para se abrir e fechar.

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