Representação em frases
Cedros, excerto 1
Texto: -
a gente, praticamente todo o ano, o que se faz, praticamente todo o ano, é tratar das vacas.
E isso é uma coisa que é indispensável,
tem que ser todos os dias.
É da manhã ordenha e [vocalização] e dar-lhe comida,
e depois, por o dia adiante, ele praticamente não se está nas vacas,
mas trata-se de outras coisas.
Praticamente, agora aqui no mês de Janeiro não se faz muita coisa.
Eu posso pegar aqui pelo mês de Janeiro que é a entrada do ano.
INF [vocalização] No mês de Janeiro, temos aqui cortamos os inhames
uns [vocalização] e praticamente é cortar os inhames, e tratar das vacas, e pouco mais.
[vocalização] Nas quintas, mexe-se alguma coisa:
pega-se já a cavar nas hortas para pegar a plantar o cebolinho, para couve ou [vocalização] praticamente todas as hortaliças.
A gente já pega a preparar as hortas para quando chega ali a Fevereiro, a meado de Fevereiro, a gente já pega a semear as batatas, pega a semear o alho e a cebola cebola e [vocalização] praticamente tudo, a cenoura [vocalização], praticamente tudo, cebolinho…
Tudo o que se crie ali já em Fevereiro, isso pega-se entre Fevereiro e Março;
é isso praticamente o que a gente vai-se entretendo nestas coisas aqui.
Já ele em Março então já se pega a lavrar [pausa] terras para batatas.
Bo- A gente bota o esterco,
depois lavra-se com as vacas, ou com o tractor – conforme se quer,
mas praticamente eu ainda lavro as minhas com as vacas –,
pega-se a pô-las a curtir.
Depois de elas curtirem, são picadas.
Agora praticamente é só a gente…
Noutro tempo, era sempre tudo com as vaquinhas é que a gente fazia tudo.
INF Agora já temos os tractores que vêm então picar as terras
e a gente lá mete a batata e.
Isto praticamente no mês de Março.
Já no mês de Abril, a gente já pega a preparar as terras para o para o milho de maçaroca.
a gente vai lavrando atrás das vacas e pondo a curtir.
E [vocalização] as terras curtem.
E ali quando é de 20 de Abril, mais ou menos a 20 de Abril, a gente pega a semear o milho, a picar as terras e a semear o milho.
Em Maio ainda se às vezes semeia algum, para, às vezes, para as vacas, milhos bastos,
e [vocalização] e já se pega a calivar estes outros.
e depois, já ali no fim de Maio, se pega a sachar.
E [vocalização] E pega-se
e vamos desenvolvendo, calivar e sachar, praticamente, a roçar a roça atrás das vacas, que é roçar o mantraste, e isso.
Praticamente, agora monda-se menos.
Em Junho, pois praticamente já em Junho se enterra o tremoço nos inhames, roçar o mantraste sempre, atrás das vacas,
que é isto é continuação de todo o Verão.
Todos os meses até ali ao mês de Outubro, a gente roça sempre [vocalização] atrás das vacas.
Não temos outro remédio senão ir roçando,
que ele no mês de Junho, isso acontece.
Ele já no mês de Junho se aproveita as favas, que se semeiam também – que são semeadas agora ainda no mês do Natal.
Mas no mês de Junho, a gente já…
depois venho apanhar outonos miúdos, ou [vocalização] tremocilha-charão, e praticamente assim estas miudezas, globa – que a gente chamam-lhe trevo-de-cabeça-vermelha –,
também lá em já já em Junho, a gente aproveita toda essa, essa esses outonos.
o Julho é o mês que já, nesta altura, já não se faz muito.
Quando era noutro [vocalização] há anos para trás, fazia-se muito, porque havia o tremoço que se malhava; havia o trigo que se cortava,
que é ali na fim de Julho, já na entrada de Agosto.
Praticamente o trigo foi uma cultura que desapareceu de por completo.
O tremoço, até há dois anos, cultivámos sempre tremoço.
Agora há dois anos para cá, pegou a dar uma doença no tremoço – que é uma doença que a gente até não conhece –,
era como um bichinho que dava uma dentada a meio do torinho, pronto,
Acabou por não haver tremoço.
Apenas conheço só uma pessoa aqui que tenha tremoço e só uma pouca coisa.
Mas estava a ver se equilibrava aquilo,
mas aquilo também está-se a está a desaparecer, praticamente.
Que isso era o [vocalização] ali no mês de Agosto havia essas coisas todas do tremoço e de [vocalização] esse resto de outono que se que se acabavam de aproveitar.
Isto eu estava a falar em [vocalização] do mês de Agosto.
Pois, o mês de de Agosto, praticamente já ele ali para as fins de Agosto, já a gente para aqui para a gente [vocalização] já não se faz muito.
[vocalização] Na parte de tremoço já não há.
É agora [pausa] Há o milho-híbrido, que a gente está a cultivar na fim de Agosto,
agora já chega para se quebrar as espigas.
Já aí agora na fim de Agosto, a gente quebra as espigas todas ao milho.
Vem o Setembro que já se pega, como este ano.
Já [vocalização] Há anos para trás, em Setembro só se pegava ainda…
Na fim de Setembro é que se pegava a quebrar as espigas.
Mas agora estes milhos-híbridos, estas sementes novas chegam cedo.
Já este ano, na fim de Agosto apanhámos,
e por todo o mês de de Setembro, apanhámos praticamente o nosso milho quase todo.
Foi sempre nessa nessa apanhada do milho e na desfolhada de, descascar e trabalhá-lo, e já outonar as terras.
Ele [vocalização] Porque ele este trevo de cabeça vermelha – que é a globa que a gente chama –, isso já no mês de [vocalização] em Setembro é o melhor tempo para semeá-lo.
Porque a gente temos possibilidades,
a gente põe logo a a semente na terra.
altura, o gado já está a roer nela e já está muito adiantado.
Isso reso- resolve bastante,
[vocalização] O mês de Outubro ainda é praticamente o [vocalização] estarmos a acabar aí com essa desfolhada dos milhos, e acabar de outonar as terras.
Novembro é um mês que já não se faz muita coisa
porque as terras já não se outonam muito nesta altura,
mas ainda se outona algumas.
Vemos que o Dezembro estamos nas matanças;
já se corta alguns inhames;
ainda tem as favas de grão agora para semear, que se vão semear;
e estamos já a mexer nas quintas e e a tratar das alimárias.
Praticamente é isto que, esta luta que vamos lutando.
E além de do tempo que vai passando.
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