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Cedros, excerto 3
Text: -
INF Ah, temos então um que chama-se os cerrados – que eu já não trabalho nenhum deles,
as minhas filhas é que os trabalham –,
mas temos ele aí um que chama-se os cerrados baldios.
Que eram, [vocalização] vamos lá, pastagens que eram [vocalização] baldias.
A gente chamava da Florestal, [pausa] que [vocalização], praticamente, ainda aqui na, no, na nossa, ele vamos lá, nos Cedros, talvez é a única freguesia que tem a pastagem baldia.
A pessoa quando tem os Cedros, todos têm as suas parcelas, como eu aqui tinha…
Como eu aqui tinha alguns cinco ou seis cerrados, ou mais, [pausa] cerrados que eram aqui do meu sogro, cerrados que eram de meu pai, e eu depois é que fiquei com eles.
Porque agora os meus gen- os meus genros é que os trabalham,
e as minhas filhas é que os trabalham.
Mas há esse mato que a gente chama o mato [vocalização] baldio.
Porque era [vocalização] Chamava-se baldio antigamente.
A gente agora come todo o ano,
mas antigamente não era assim.
Antigamente a gente só comia no mês, vamos lá…
As ovelhas vinham para ali no mês de Agosto
e só eram retiradas no mês de Março.
As ovelhas iam para a caldeira
e, nesse tempo, vinham para fora no mês de…
No mês de Agosto vinha para fora,
ficava aqui até Março, no no mato baldio,
e outra vez em Agosto é que voltava…
e voltava em Março para a caldeira.
Da De Março a Agosto é que ela estava na caldeira.
Em Agosto saía para fora.
agora, não há ovelhas nem na caldeira nem aqui fora.
A caldeira praticamente está está sem animais.
Praticamente, há umas cabras lá só, praticamente.
Aqui o baldio agora está todo por nossa conta.
É a única freguesia que acontece isso [pausa] é os Cedros.
INF [vocalização] É claro, está-se a explorar,
[vocalização] paga- pagava-se uma insignificância, uma coisa só praticamente em selos.
De [vocalização] Praticamente aquilo nem é renda!
INF Mas isso praticamente é o que tem acontecido.
ou quando morriam a família, praticamente os filhos é que iam continuando a continuando a trabalhar.
Que o que quer que venha acontecendo, sempre hoje ainda vai sempre nessa continuação.
Eles ainda nunca aqui, nesta freguesia, nunca se agarraram àquilo.
Porque há aqui, vamos lá, o mato do Salão, e o [vocalização] o mato da Pedra Miguel,
[vocalização] o mato da Praia do Norte é já é a Florestal é que está a tomar conta.
Trabalhou aqueles matos que estavam muito perdidos –
porque a gente aqui tinha o nosso trabalho –,
e agora as pessoas põem o gado lá.
Pagam mil e cem escudos por cabeça, por mês, a rês, até aos dois anos.
A partir dos dois anos, a pessoa paga mil e trezentos escudos por mês, para pôr a rês lá.
E a E isso nessas outras freguesias acontece isso.
Só que aqui os Cedros também põe gado lá.
Como nã- eles não têm gado bastante dos outros lados para pôr lá, eles dão prioridade também aqui aos Cedros que para meter gado lá nessa nesses matos baldios do.
Mas isso já está tudo por conta dos Serviços Florestais, [vocalização] em pastagens grandes,
Têm os seus tratadores já.
Afinal a pessoa só põe o gado lá,
Pa- Ela paga sempre adiantado.
Paga mil e duzentos ou mil e trezentos – mil e cem ou mil e duzentos – para pôr aqu- o gado lá.
E só paga um mês adiantado
e quando quer retirar, pode retirar quando quiser.
Se não quiser retirar, pois agora quando chega a Janeiro são retiradas até Março ou até Abril.
Depois é que dão entrada no nos Serviços outra vez.
Estes meses agora são para adubar e fazer aquelas partes.
Temos aqui uma outra zona de pastagem, que fica a seguir, vamos lá, abaixo da [vocalização] da zona florestal e acima aqui do [vocalização] das nossas terras boas.
E depois isso é uma zona que anda sempre gado, agora já de ordenha, praticamente naquelas zonas ali,
e outros com gado alfeiro.
Mas são zonas que estão também estão bem exploradas.
Ele são amansadas uma vez por outra,
fazem o renovam a pastagem,
e [vocalização] e praticamente isso é o que vai acontecendo.
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