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Vila do Corvo, excerto 39

LocationVila do Corvo (Corvo, Horta)
SubjectAs árvores
Informant(s) Feliciano Florinda
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationMárcia Bolrinha

Text: -

[1]
INF1 Almeiro, há.
[2]
Olmo há.
[3]
INF1 Almeiro.
[4]
É olmo.
[5]
INF1 É:
[6]
os ramos são são quase lisos
[7]
e a folha é quase redonda, parecida com folha da [vocalização] de pereira.
[8]
Mas a folha da pereira é mais, mais mais negra uma coisinha.
[9]
A folha do, do do olmo é mais [vocalização] mais amarela.
[10]
Mas tamb- também é verde bastante,
[11]
mas a da, da a da pereira é mais negra.
[12]
INF1 É, sim senhora.
[13]
INF1 Não.
[14]
Nós Nós, não.
[15]
Não cria muitos nós.
[16]
INF1 Mas também cria algum!
[17]
Também cria algum nó.
[18]
INF1 Sem a casca?
[19]
É.
[20]
INF1 A casca é acinzentada.
[21]
[pausa] Até ta- Até havia talvez de duas qualidades.
[22]
INF1 Não há.
[23]
INF1 Não há.
[24]
INF1 Não há.
[25]
INF2 Não há isso.
[26]
INF1 Não há.
[27]
INF1 Pau branco.
[28]
Temos a faia, [pausa] o [vocalização] o incenso a [vocalização] …
[29]
INF2 O eucalipto.
[30]
INF1 Dá semente, bo- bolinhas amarelas.
[31]
Tem então a semente lá dentro.
[32]
[vocalização] [pausa] É o zimbro…
[33]
INF2 E o criptomério.
[34]
INF1 Também temos criptomério.
[35]
[pausa] Mas o criptomério ele é de pouco tempo,
[36]
ele é de pouco tempo.
[37]
Ele já é do meu tempo.
[38]
Pois eu era um garotão quando veio a [vocalização] a primeira planta de criptoméria para aqui.
[39]
INF1 O Felicíssimo e o Felisberto – Deus lhe dê Deus lhe dê o céu – é que mandaram vir, não sei donde é que foi, as primeiras plantas que vieram para aqui.
[40]
Ainda me deram meia dúzia delas que eu plantei.
[41]
Mas eu plantei-as em hortas más.
[42]
[pausa] Meu pai: "Vais é plantar nas hortas dos Palheiros que ele ou nas Rocinhas, porque isso pode…
[43]
Não se sabe isso que é".
[44]
Fui plantar nos Palheiros, debaixo de incenso,
[45]
não produziram nada.
[46]
O incenso matou-as.
[47]
Plantei nas Rocinhas…
[48]
[pausa] Elas estão com [vocalização]…
[49]
Deixa-me ver agora se sei.
[50]
[pausa] Ele fo- foi [vocalização] em 36, se eu não estou enganado, que ele que essas plantas vieram.
[51]
E [vocalização] E quando se deu este último conserto na casa – foi antes de Florbela se casar –, trouxe um desses paus das Rocinhas para fazer um [vocalização] um dos tirantes da loja.
[52]
Eu até trouxe-o às costas, das Rocinhas para casa, para fazer um que está na casa da, da do meu tio.
[53]
Agora vê vê eles o que é que aumentaram!
[54]
INF1 Pu-lo em hortas más!
[55]
E E tenho no Fojo.
[56]
Plantei-os [pausa] já casado.
[57]
Ele já Oh!
[58]
Casado?!
[59]
Há mais…
[60]
Corte na gravação Cortei-os agora em Março.
[61]
Tem um que ele não se amanha
[62]
e outro é mais delgado.
[63]
Se eu os tivesse em hortas melhores, terra melhor…
[64]
INF1 Não há.
[65]
Sabes em que é que tenho usado muitos deles?
[66]
Tenho-os junto para fazer lenha com eles no cantinho.
[67]
Depois não há ele não há serragem aqui para, para para eles se usarem.
[68]
INF1 Eles estão fazendo…
[69]
Até abriram abertura [vocalização] lenhos duma ponta à outra.
[70]
[pausa] Nem sei aquilo agora porque é.
[71]
Não sei se é…
[72]
Alguns dizem que é a força da terra, que a terra é forte, que é que faz aquilo.
[73]
Não sei se é, se não.
[74]
Abrem agora uma abertura agora pelo tronco fora d-…
[75]
INF1 A maior parte do tronco.
[76]
Tenho-os cortado e te- tenho-os serrado e [vocalização] feito lenha com eles.

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