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Castro Laboreiro, excerto 16

LocationCastro Laboreiro (Melgaço, Viana do Castelo)
SubjectA vida humana
Informant(s) Alarico Albertina
SurveyALEPG
Survey year1989
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 Isto é outra história.
[2]
Que aqui havia uma história, que diziam os antigos, aqui, na nossa zona
[3]
para as [vocalização] Sim, [vocalização] onde [vocalização] a senhora nasceu ou onde estão a viver não será assim.
[4]
Mas diziam que as crianças que nascessem de oito meses, naquele tempo, que não,, [pausa] que, que, que, que não que não não viviam, que morriam.
[5]
INF2 Nós dizíamos
[6]
INF1 [vocalização] A criança com oito meses
[7]
Com sete, sim,
[8]
mas oito, não.
[9]
Diziam os antigos.
[10]
E, quer ver, os nossos netos, é ao contrário.
[11]
Os nossos netos, [pausa] os primeiros dois rapazes que lhe nasceram [pausa] era para aí com [vocalização] oito meses e meio e [vocalização] uns rapazões fortes.
[12]
Mas [pausa] até uma certa parte, a nora
[13]
Que não se sabe de que é!
[14]
Daqui Aquilo o que é certo é que descobriram que, [pausa] ao chegar àquele ponto, [pausa] iam abaixo.
[15]
INF2 Morriam.
[16]
INF1 E que é que descobriram?
[17]
Depois, disseram: "Não, [pausa] não pode ser assim".
[18]
Claro, o filho, pois, queria filhos.
[19]
Ele queria filhos.
[20]
E disse, di- Que é que lhe disse, então, a médica e [vocalização] os [vocalização] a gente os especialistas que ate-, que ate- que andaram onde eles?
[21]
Diz Dizem: "As suas crianças, temos que as tirar [pausa]
[22]
INF1 antes delas"
[23]
Portanto, foi três que tem, todos com oito meses.
[24]
Está a ver?
[25]
E la- E depois, pararam-lhe de
[26]
INF1 Pois claro.
[27]
INF2 Foi, foi, foi.
[28]
INF1 Até este último.
[29]
Que nós tínhamos dois, um rapaz e uma rapariga,
[30]
e [vocalização] nós e as irmãs, ao meu filho, disseram-lhe: "Fizeste asnei-.
[31]
Fizestes asneira, que ela agora não devia [pausa] ter mais [pausa] filhos".
[32]
"Eh"!, diz ele
[33]
claro, estava!
[34]
INF2 De ser aberta
[35]
A ser aberta
[36]
Porque fora duas vezes.
[37]
INF1 Diz ele assim: "Há-de ser, há-de ser Há-de correr bem".
[38]
E então, dizia-lhe a nossa filha, a mais velha,
[39]
dizia-lhe assim: "Olha, vai correr bem".
[40]
Que claro, como sabe, pois ele é no no fundo é que lhe [vocalização]
[41]
E depois é que [verbo] [pausa] para cima [pausa] o menino ou a menina, a criança,
[42]
e a senhora vem depois.
[43]
Diz Diz-lhe: "Olha [vocalização], sabes o que acontece"?
[44]
Então, diziam-lhe elas, as irmãs: "Acontece que nos vem para cima [pausa] o bébé, seja menino ou menina, e ela fica em baixo, com certeza a dormir ", desta última vez.
[45]
E foi a vez que melhor lhe correu!
[46]
Ficou completa.
[47]
Tranquila, veio logo para cima.
[48]
INF1 E tudo correu bem.
[49]
INF2 Ainda bem.
[50]
Ainda bem.
[51]
INF1 E de maneira que [pausa] era uma ideia errada dos antigos.

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