Representação em frases
Fiscal, excerto 1
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INF Estas azenhas [vocalização] era o meu falecido pai que [vocalização] explorava.
INF Eu não era nunca fui moleira.
Só unicamente fui ajudante do meu pai – não é? –, na altura própria,
e [vocalização] depois fui servir.
E de casar é que depois viemos morar para aqui para uma [vocalização] casa.
E o meu pai [vocalização] entretanto faleceu num esbarramento
e [vocalização] e eu tomei conta.
Tomei conta aqui das azenhas
E já estou aqui há quinze anos.
Ora bem, em princípio eram duas azenhas:
era esta e [vocalização] e aquela de cima.
Mas só que aquela já está avariada há sete anos.
[vocalização] O patrão não quis arranjar,
INF Ai eu [vocalização] andei a servir,
fui para o Porto – tinha dez anos –,
e depois do Porto vim para Braga.
Resido aqui há vinte anos.
Só que ao fim de cinco anos que já morava cá, o meu falecido pai morreu – não é? –,
e eu então vim tomar conta aqui destas azenhas, que eu morava n- nas outras azenhas lá em cima na ali na ponte.
INF E a minha mãe morava cá – não é? –, com o meu pai
"Olha, eu não [vocalização] estou interessada em ficar com a [vocalização] com as azenhas.
Se quiseres vir cá para baixo, era-te melhor, porque a casa é melhor do que a de lá de cima", e tal.
INF Tínhamos duas então a trabalhar,
mas [vocalização] no princípio havia muito, muito que moer.
Até tínhamos dois burritos – não é? –,
chamávamos-lhe nós os begueiros…
INF Que é aqueles jumentos.
Só que no tempo já que o meu pai aqui estava, utilizava-se só os os jumentos.
Os machos, já tinha [vocalização] já não usava, não é?
E [vocalização] E eu saía sempre duas vezes por dia e sempre com eles carregados.
[vocalização] E eu levava as moídas,
trazia outras para baixo.
Agora, ultimamente o [vocalização] o povo não coze.
E agora cozem só nos fogões de lenha, umas broinhas muito pequeninas e tal,
e vão assim arremediando.
E não se trabalha como se trabalhava – não era? –, antigamente.
No meu tempo que eu comecei aqui, que eu morava então lá em cima, e vinha às seis horas da manhã, logo muito cedo pôr isto a moer;
quando fosse dez horas, já saía com dois burros carregados.
[vocalização] Uma vida difícil – não é? –, no princípio.
Agora [vocalização] mói-se pouquinho e.
Ou como agora, está parado, não é?
Agora está parada porque, como o rio cresceu bastante, depois é um bocadinho difícil para a pejar e tal.
E eu disse ao meu marido que deixasse estar assim a a azenha parada.
Ali fora, eu vou já explicar.
a roda que faz tanger esta é a roda de fora d- da água, não é?
e a gente [vocalização] levanta para cima a água,
mo- faz moer esta e [vocalização] , para pejar, quer dizer, para aparar,
a gente é – chamamos-lhe nós – pejamos com aquele tal pejeiro.
E hoje então não está não está a trabalhar,
mas, se a quiser ver aí a trabalhar, também não é o caso de de ver.
Levávamos a farinha moída – não é? –, para cima, lá para o para os fregueses
e já trazíamos outras para baixo, outro grão para baixo – não é? –, para moer.
Era os burros sempre carregados.
INF Esta farinha, por exemplo, chamamos nós aqui uma fornada – não é? –, esta fornada moída.
A gente vai buscar o grão ao [vocalização] ao freguês,
chegamos a casa, aqui à azenha – não é? –,
e torna-se outra vez a levar,
torna-se outra vez a trazer outras…
INF Estes sacos, chamamos-lhe nós fornadas.
Fornadas de grão e fornadas de farinha, não é?
INF E [vocalização] Ou taleiga.
Também há pessoas que lhe chamam os a taleiga.
INF É tudo a mesma coisa, não é?
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