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Fiscal, excerto 14
Text: -
INF1 Isso era em qualquer terreno.
Era em qualquer terreno que a gente se lembrasse de semear,
semeava ali em qualquer campo.
INF1 Da- Dava em qualquer campo.
Só depois [vocalização], a gente trazia-o para casa
e depois atava-se em feixes
e depois, ou se levava ao rio, ou a pessoas que o rio lhe ficava longe –
nem todos tinham a possibilidade de estar perto do rio –,
então levávamos a umas poças.
INF1 Poças com água que cobrisse o linho…
[vocalização] Quando estava maduro, ia-se arrancar.
Chamava-se a arrancada do linho.
INF1 A arrancada do linho.
INF1 Depois da arrancada, atava-se aos molhos, aos molhinhos,
e depois trazia-se para casa –
ou quem diz para casa, para um coberto, vá lá, um varandão –,
e havia um ripanço, uma trave [pausa] com uns [vocalização] dentes assim [pausa] em ferro.
[vocalização] o nosso ripanço [vocalização] era
INF1 era [vocalização] uma tábua comprida,
e depois a gente atava-o até duma coluna à outra.
Até se fosse num coberto que tem as empanadas – lhe chama a gente – é aquelas…
INF1 São umas portas de [pausa] de ar- em madeira, que são gradeadas que é para entrar o ar para{fp} para a sementeira,
INF1 E nessa altura a gente atava duma coluna à outra com uma corda em cada– em cada ponta;
INF1 ele ficava ali preso.
E uma pessoa depois, ele ia-o colocar…
INF1 Quando estava a fazer isso no ripanço, quer-se dizer, a gente amarrava assim o linho à manada,
e a baganha caía para acolá
e a gente ficava com o linho cá.
INF1 Chamava-se: ripar o linho.
A baganha era donde depois saía a semente para se tornar a semear
ou também se vendia porque [vocalização] a própria linhaça que sai da baganha tem utilidade para medicamentos.
[vocalização] A linha- A baganha, era, por exemplo:
e depois criava aquela [vocalização] baganha.
Era uma coisa como um greiro de grão, só em ponto redondo.
INF1 E… Mas é [vocalização] Com uma casquinha por fora…
E a linhaça estava toda lá dentro dele.
INF1 Até quando aquilo abria, quando ela estava ao sol – a gente depois deitava a baganha ao sol para tirar [vocalização] colher a linhaça –,
INF1 ela abria toda num rufo
e ficava assim toda num rufinho e a…
E a, e a baganha E a linhaça saía.
A baganha, depois, dei- A casca deitava-se fora.
INF1 Não tinha importância.
Não era a baganha que ia para debaixo de água,
INF1 O linho ia, que era para ele amolecer, para ele curtir – chamava-se-lhe para curtir o linho.
INF1 Depois ficava ali curtido.
se a água fosse bem corrente, chegavam oito;
se a água fosse assim mais um pouco parada, então era preciso nove.
INF1 Depois tirava-se fora
e depois deitava-se assim às carreirinhas, estendido num prado, num [vocalização] terreno, [pausa] que tivesse ervas, muito estendidinho
INF1 Era consoante o tempo.
Ou Oh, se metesse a chuva como está agora, às vezes até estava para aí quinze dias ou três semanas para ali, até que a coisa…
Até que viesse bom tempo e ele secasse e limpasse.
INF1 Dali depois vinha para cá.
A v- A gente depois apanhava, quando estivesse bem seco,
e depois levava-se para o engenho.
E depois no engenho é que fazia o linho.
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