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Granjal, excerto 23

LocalidadeGranjal (Sernancelhe, Viseu)
AssuntoA saúde e as doenças
Informante(s) Ercília Elina

Text: -


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[1]
INF2 Também.
[2]
Eu disse à minha à minha Escolástica: "Vamos à à Quinta dos Bacorinhos".
[3]
[pausa] A mulherzinha chegou , coitadinha!
[4]
Porque invocam o Espírito Santo [pausa] para saberem as coisas.
[5]
A pessoa que tem força, que é média, puxa o espírito.
[6]
E o espírito vem
[7]
INF1 E diz o que é.
[8]
INF2 E diz [pausa] a doença.
[9]
INF1 É.
[10]
morreu.
[11]
INF2 Pois .
[12]
INF1 morreu.
[13]
Ainda fez falta.
[14]
INF2 Tem feito muita falta!
[15]
INF1 Pois ainda.
[16]
Eu nunca fui.
[17]
INF2 Não.
[18]
Eu fui umas três ou quatro vezes.
[19]
INF1 Eu não.
[20]
Nunca fui.
[21]
INF2 E depois
[22]
Mas eu, Deus me livre que eu contasse ao padre, isso até me excomungava-me.
[23]
INF1 Oi, Deus nos livre!
[24]
A minha mãe ainda foi por causa dum boi, duns bois que teve,
[25]
que foi com eles a suar muito e amarrados.
[26]
Tinham [vocalização] uns vencelhos amarrados às patas e das patas ao pescoço e e o focinho, assim tudo tudo tapado.
[27]
Ouviu?
[28]
A suarem, a suarem, a suarem.
[29]
INF2 A mulher disse-lhe assim: "Coitadinha!
[30]
Vai para a faca!
[31]
[pausa] Vai fazer a operação.
[32]
Não lhe encontram nada porque está metido no osso"
[33]
INF1 É no osso que está?
[34]
INF2 Está.
[35]
Olhe, viemos,
[36]
era por .
[37]
Eram duas horas quando aqui chegámos.
[38]
E a minha Ernestina não queria crer.
[39]
Deus nos livre!
[40]
"Olha que isto é é para bem da gente"!
[41]
INF1 Pois é.
[42]
INF2 "Anda "!
[43]
Disse para a irmã.
[44]
INF1 Eu sei atalhar assim muitas coisas.
[45]
Essas que a senhora me procurou, de íngua, essas ínguas eu sei atalhá-las.
[46]
INF2 "Trá-la ao colo.
[47]
Tragam a pequena ao colo"
[48]
Nem se tinha, da perna.
[49]
[pausa] tínhamos os, tínhamos os, os os canelos.
[50]
INF1 Pois.
[51]
INF2 Os guilhos [pausa] em brasa.
[52]
A peq-, assentámo-la numa cadeira,
[53]
INF1 Aquilo foi um ar.
[54]
INF2 pusemos-lhe um cobertor,
[55]
[pausa] apanhou aquele
[56]
INF1 Por mor de receber aquele fumo.
[57]
INF2 E depois metemos-lhe os guilhos, um de cada vez, por causa de a pequena não se abafar com aquele fumo.
[58]
INF1 Pois, para ela apanhar o fumo.
[59]
INF2 Pois.
[60]
Abafa ela.
[61]
[vocalização] Metíamos-lhe aquele canelo
[62]
e depois, tirávamos aquele e metíamos-lhe outro,
[63]
e depois pus três.
[64]
Logo nessa noite:
[65]
umh!,
[66]
não gritou.
[67]
INF1 Pois.
[68]
[pausa] É.
[69]
muitas coisas que [vocalização], que caseiras que são melhores que as dos médicos.
[70]
INF2 Eu disse-lhe assim: "Olha, e então a pequena"?
[71]
"Olha, esta noite dormiu descansada".
[72]
Na primeira noite.
[73]
INF1 Muitas coisas.
[74]
INF2 Telefonou para o doutor: "Olha, a pequena parece que está melhor".
[75]
Que depois, ao fim de três dias, havia de ir para para o hospital, para ser operada.
[76]
Abriam a perna,
[77]
não lhe encontravam nada porque aquilo está por aquilo estar no osso.
[78]
[pausa] Ao outro dia: "É aqui"?
[79]
[pausa] "É aqui que se fazem os fumadoiros.
[80]
[pausa] Fechas a porta para ninguém ver".
[81]
Fechámos a porta,
[82]
[vocalização] fizemos os fumadoiros,
[83]
ao fim dos três fumadoiros, passou!
[84]
Não passou de todo que esteve
[85]
O tempo que está há-de estar para sarar.
[86]
INF1 É.
[87]
É, que demora a sair, é.
[88]
INF2 Nisto, dormia melhor,
[89]
passaram mais as dores
[90]
e olha que ainda ficou
[91]
INF1 Ainda um bocadinho.
[92]
INF2 A p- A puxar a perna.
[93]
INF1 Ainda um bocadinho.
[94]
INF2 E a perna estava muito, muito mais minguada!
[95]
INF1 Pois está.
[96]
INF2 Magra e curta.
[97]
Vejam .

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