Representação em frases

Granjal, excerto 26

LocalidadeGranjal (Sernancelhe, Viseu)
AssuntoA saúde e as doenças
Informante(s) Ercília Elina Emanuel

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[1]
INF1 Curandeiras.
[2]
Chamam-lhe curandeiras.
[3]
chamam-lhe curandeiras.
[4]
É ou benta ou a curandeira.
[5]
INF2 Depois, sabe
[6]
INF1 em casa
[7]
na terra não nenhuma.
[8]
Havia aqui em volta de, em Moimenta da Beira, ali perto de Moimenta da Beira.
[9]
Era Era uma e outra perto de Moimenta da Beira, não eram?
[10]
As do Castelo e a dos Bacorinhos.
[11]
INF2 Ai, pertenciam a Moimenta.
[12]
INF1 Era.
[13]
Elas até eram ainda parentas.
[14]
INF2 Pois, eram parentas.
[15]
E estava um primo.
[16]
INF1 Acho que morreram ambas.
[17]
INF2 Pois .
[18]
E estava um primo.
[19]
INF1 Pois.
[20]
INF2 Em Toita.
[21]
INF1 Pois estava.
[22]
Em Toita estava um primo.
[23]
Acho que esse que ainda consulta.
[24]
INF2 Foi donde me foi o meu Epaminondas, por causa do mesmo mal.
[25]
Mas ele disse: "Não foi nada".
[26]
Ele deitou-se, a guardar
[27]
INF1 Eles não receitam remédios ruins.
[28]
É tudo remédios caseiros.
[29]
INF2 A guardar umas vacas.
[30]
A guardar umas vacas.
[31]
INF1 Tudo coisas que não prejudica ninguém.
[32]
INF2 E recebeu aquela lentura.
[33]
INF1 Ah, pois foi.
[34]
Isso foi.
[35]
Pois foi.
[36]
INF2 Veio,
[37]
começou a
[38]
INF1 Pois foi.
[39]
INF2 Encheu-se de febre,
[40]
pôs-se-lhe uma pneumonia.
[41]
INF1 Não o Não a Não o Ernestino da Esmeralda que morreu de se deitar além no lameiro?
[42]
INF2 Ficava tudo lisinho.
[43]
que ele andasse para não ficar paralítico.
[44]
INF1 Morreu tuberculoso.
[45]
INF2 Secava-se,
[46]
[pausa] nunca mais trabalhava aquele homem.
[47]
Ai, meu Deus!
[48]
E nós tínhamos gastado tanto dinheiro.
[49]
Depois o homem disse assim: "Arranjem nove gobos da ribeira".
[50]
INF1 É verdade.
[51]
INF2 "O senhor vai por a ribeira
[52]
e leva logo nove gobos".
[53]
Que era:
[54]
três e três, seis, e três, nove.
[55]
Cada dia três.
[56]
INF1 São umas pedrinhas que assim lisinhas,
[57]
chamamos-lhe nós gobos.
[58]
É [vocalização] de andar na água,
[59]
vão-se arrebolando,
[60]
vão-se arrebolando,
[61]
chamamos nós gobos.
[62]
INF2 Aqueles gobos da ribeira.
[63]
Ainda andam alguns.
[64]
Agora está fraco.
[65]
INF1 Pois.
[66]
INF2 E depois o meu Epaminondas veio logo,
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trouxe os gobos.
[68]
Logo na primeira noite Logo na primeira noite que fizemos os defumadoiros, nesse dia falou melhor.
[69]
INF1 dormistes?
[70]
INF3 Boa tarde.
[71]
INF2 E depois vai o senhor doutor,
[72]
diz ele assim: "Então rapaz"
[73]
INF3 Então, passou bem, minha senhora?
[74]
INF2 "Eu não sei o que é que me para fizeram".
[75]
INF1 Quem é que disse?
[76]
INF2 "Ah"!
[77]
Boto-lhe a mão ao braço:
[78]
"Tu estás doido?
[79]
Ó senhor doutor, não faça caso do que ele lhe diz.
[80]
Ele é doido.
[81]
Ele não sabe o que diz.
[82]
Diz para parvoíces".
[83]
INF1 Era com a febre,
[84]
era com a febre.
[85]
INF2 Mas é que eu não queria que o doutor percebesse.
[86]
INF1 Que soubesse.
[87]
INF2 Senão, eh!
[88]
"Ai"
[89]
Quando se ele foi embora,
[90]
"Ai, o que tu ias fazer"?
[91]
"Não sei".
[92]
"Tu não dizes mais nada".
[93]
O doutor.
[94]
O doutor era então,
[95]
eu sei !
[96]
INF1 Que ele não cria, não era?
[97]
Era o doutor Esaú, não era?
[98]
INF2 Olha, e depois fazíamos logo
[99]
INF1 Era o senhor doutor Esaú?
[100]
INF2 Não.

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