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Vale Chaim de Baixo, excerto 22

LocalidadeVale Chaim de Baixo (Odemira, Beja)
AssuntoO lenhador e o forno de carvão
Informante(s) Cirilo

Text: -

[1]
INF Nesse tempo, tinha tinham um machado de meia tora –
[2]
eram uns machadões.
[3]
[pausa] Pesavam, sei cá, talvez aí uns três ou quatro quilos cada um.
[4]
INF Pois eram.
[5]
Uns machadões grandes!
[6]
Um machado de meia tora eram machadões assim, que aquilo, meu belo amigo, ali a gente dando ali quatro ou cinco ripadas numa sobreira por baixo, ou mais – mais, eram mais –, mas aquilo aquilo era menos de nada que uma árvore caía.
[7]
INF E depois era tudo caído.
[8]
E depois de cair essa árvore, [pausa] havia uns serrotes.
[9]
INF Os serrotes, eram uns serrotes grandes aí de metro e meio, [pausa] metro e meio, um metro e vinte cinco, dessa comprimenta.
[10]
INF Para duas pessoas.
[11]
Pois.
[12]
INF E como era para duas pessoas, depois uma parte tinha [pausa] o cabo assim para cima, e doutra parte tinha o cabo atravessado.
[13]
Pois.
[14]
Até ali detrás está um.
[15]
Não sei se vomecê já viu…
[16]
INF Não.
[17]
Era assim.
[18]
INF Pois.
[19]
Serrava-se…
[20]
Duas pessoas.
[21]
[vocalização] Era à parelha, pois.
[22]
E aquilo tinha que ser em passo certo.
[23]
Aquilo não era para toda a gente serrar.
[24]
INF Se não fosse uma pessoa que…
[25]
Se não soubesse serrar, dava cabo dos braços do outro.
[26]
INF Pois, que aquilo fazia cansar.
[27]
Pois.
[28]
E sendo pessoa…
[29]
INF E sendo uma pessoa que soubesse [pausa] – hã? –,
[30]
sabia serrar
[31]
e serrava aquilo.
[32]
Oh!
[33]
[pausa] Ainda serrei muito com aquilo.
[34]
INF E sobreiras que às vezes…
[35]
Então no ano do ciclone, [pausa] quando veio o ciclone, então eu sei cá as sobreiras que eu cortei mais outros!
[36]
Para fazerem carvão.
[37]
INF Pois.
[38]
Azinheiras, sobreiras.
[39]
Isso foi um destroço de sobreiras que houve nesse nesse ano!
[40]
INF Pois.

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