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Ponta Garça, excerto 46
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Mas a gente também chamam isso cabrestilhinhos.
INF1 Cabrestilhinhos [pausa]
INF1 que a gente chamam isso.
Mas é a tal coisa que eu já ponho mais novelos
e eu agora faço com dezasseis.
Eu já faço mais quatro fios em cada cabrestilho – foi o que eu disse ainda agora –, quatro fios em cada cabrestilho.
Em lugar de eu fazer quatro cabrestilhos, eu faço três
um cabrestilho são doze, porque é os doze novelos que a gente põem na urdideira e [vocalização] …
A gente chamavam aquilo era o casal.
"Ai, eu qualquer dia faço isso à minha mãe".
"Ai, eu não quero que eu já estou no resto da minha vida,
Ele, pronto, ele faz… Aquilo ali, a tigela é lisa
INF1 e o fio não prende nada.
isso é uma coisa [pausa] quando apanha um uma coisinha dessas assim, a gente ficam logo engatadas.
esse tear isso já tem anos.
[pausa] Eu tinha catorze anos,
[pausa] eu já teço há [vocalização] quarenta [pausa] e dois anos.
Porque eu tenho cinquenta e seis
[pausa] e eu comecei a tecer com a idade de catorze anos.
Com catorze anos, eu já estava aprendendo.
não é só mantas que eu faço!
Eu teço man- Eu ele fe- fazia,
agora é que eu não eu não quero fazer porque não posso.
Mas daqueles teares que a gente chamavam o tear de de Norte.
Daqueles teares de [vocalização]
INF1 Cobertores de de Norte que a gente.
INF2 Não havia em lã de ovelha, há?
INF1 Que era com lã de ovelha.
INF2 Não se trabalhava em lã de ovelha!
Eu tenho d- [vocalização] quatro, três cobertores desses.
Daqueles que era de risquinhas.
[pausa] E [vocalização] eu tenho [pausa]
A gente tecem muito agora é muita carpete.
Porque as pessoas já não querem mantas para as camas,
é aquele [vocalização] almofadas.
Então, eu trabalho aqui em lã e [vocalização], e em [vocalização] e em retalho.
INF1 Tenho ali duas sacas para fazer.
Eu tenho ali duas sacas para tecer que eu disse a ela, no outro dia, à senhora que me falou, eu disse:
"Tu tiveste foi uma grande sorte de me pores aqui, em casa, sem eu [vocalização]…
Porque se eu estivesse doente, eu não te queri-, eu já não já não vinha para cá".
INF1 Porque aquilo ele leva muito tempo a tecer!
E, já se sabe, a pequena chega no carro das sete,
[pausa] é um bocadinho à noite,
e também uma pessoa não vai sacrificar aquilo que aquilo também é miúda.
INF1 Mas ela também gosta!
Todos os dias, eu [vocalização] quando eu vou-me à missa, ela fica aqui.
Ela chega no carro das sete,
"Olha, se queres, ele já está as canelas".
Porque as canelas eu ponho.
A gente chamam esses canudinhos [pausa]
[pausa] Isso antigamente era de cana.
Porque eu ainda tenho aqui…
Eu guardei, porque eu gosto muito de coisas antigas!
"Ai, eu não acabo com isso, que isso fica aqui para uma recordação".
[vocalização] Começou a haver esses caninhos que isso é da luz.
INF1 E [vocalização] os meus filhos começaram-me a [vocalização] a irem atrás [vocalização]…
Eu tenho um rapaz que trabalha de mestre.
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