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Ponta Garça, excerto 46
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A gente fazem as canelas…
INF1 A gente fazem à mão.
INF1 Mas eu tenho uma roda!
e a gente chamavam aquilo o caneleiro.
Porque ele [vocalização] a gente [vocalização] O linho é feito ali!
[vocalização] Ele quando eu teço coisas [vocalização] [pausa]
INF1 de lã, a gente fazem ali, porque é mais depressa.
E agora a gente aqui, quando eu faço as canelas, aquilo é:
eu já faço tudo por medidas.
Eu tenho aqui a minha medida que é daqui dessa [vocalização] coisa à cabeça do tear.
Assim até aqui, eu meço quantos retalhos eu queira pôr aqui.
Eu meço eu [vocalização] …
Quer dizer, a gente, em primeiro, não faziam isso;
INF1 a gente iam fazendo.
Mas eu gosto de fazer as listras das minhas mantas é com os retalhos iguais.
Se dá para seis fios, eu ponho seis;
se dá para quatro, é quatro.
Eu gosto muito de fazer é tudo igual, porque casa mais depressa.
A gente, essas mantas com essas listras, a gente chamam mantas casadas.
Agora das outras que é [vocalização]…
Canelinha de uma cor que é…
A gente chamam aquelas mantas a eito – [pausa] que a gente chamavam…
é canela duma cor, canela doutra.
Agora essas é são as mantas casadas porque.
INF1 São casadas porque esta uma parte duma manta, que a gente chamam um ramo de manta, tem que casar com a outra.
Essas listrinhas, a gente quando cosem, cosem
e fica a manta igual por la- [vocalização] …
As duas larguras, mas com essas risquinhas, [pausa]
INF1 portanto, a bater certo:
tanto igual de um lado, como igual do outro.
Já se sabe, a gente fazem vários feitios.
Não é só desse [vocalização]…
É os retalhos também é que mandam.
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