Representação em frases
Ponta Garça, excerto 56
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INF1 Aquilo é as cabaças donde a gente arrumavam as [vocalização]…
[pausa] Eu também nunca as desprezei.
Até com aquelas eu disse:
Isso veio [vocalização] quando tiraram tudo lá de cima de casa de de meu irmão.
Mesmo os capachos, a canga…
INF1 E [vocalização] E eu dei muita coisa para o museu:
Está lá em baixo no museu.
Eu dei-o ao museu na condição:
um dia que a gente queiram fazer uma festa ou coisa, eles…
INF1 Sim, poder levantar.
Ele aquilo deixava-me dinheiro
"Eu quero que me estimem isso"!
Porque se eu tivesse lugar, [pausa] eu [pausa] botava era aqui.
INF2 Lá é que está bem estimado.
INF1 Mas aquilo lá, eu disse: "Não é para me porem à água"!
Ele está lá bem estimado.
[vocalização] O senhor [vocalização] Amílcar – não é? – [pausa] conhece aquelas caixas que levavam para a tropa, [pausa] que era abertas – é metade aberto?
INF1 Eu dei uma também para o [vocalização]…
INF1 É o senhor doutor Anaxágoras, [pausa] para arrumar as suas roupas.
INF2 Cada um levava a sua caixa para para arrumar as suas roupas.
Mas sabe que hoje em dia já não é assim.
Porque É que hoje em dia, o [vocalização] o quartel é que dá as caixas.
Mas no tempo que eu fui para a tropa, a gente é que levavam a caixa de casa.
O meu irmão também quando foi [vocalização] levou sua caixa.
O senhor doutor Anaxágoras [pausa] esteve cá
e gostou muito de muita coisa.
Gostou de muita coisa ele que a gente tem: a banca de meu irmão lavar de lavarem os pés, a trempe.
Coisas assim muito antigas:
um alguidar quebrado, uma balsa.
Ele ele gostou muito e eu…
INF1 Era [vocalização] uma salgadeira de salgar…
A senhora quando foi tirar a fotografia ao quintal tinha lá uma [pausa] cheia de [pausa] cheia de terra, para ele [vocalização] para qualquer dia despejar a terra e lavá-la também para [vocalização] fazer o sal com ela.
[pausa] Ah, ainda ele o senhor Aristóbulo ainda salga nela?!
INF1 A última que eu tinha, ele o senhor do museu levou-a.
e [vocalização] está mais bem guardado do que seja em…
porque agora já não se [vocalização]…
Por exemplo, os carros de bois – não é? – aquilo ocupa muito lugar.
É preciso estar estar num lugar à abrigada, não é?
INF2 Já não Já não usam aquilo.
INF1 Aquilo quase que tem cinco metros de comprido.
INF1 Ah, é o cabeçalho e tudo.
INF2 É mais ou menos isso.
Os carros aqui [vocalização] eram grandes.
INF1 Eram enormes esses carros!
INF2 Os nossos carros aqui eram…
INF2 Era a freguesia que os carros eram mais grandes eram os nossos carros aqui.
INF2 A gente vêem carros aí nas outras freguesias,
mas muito mais pequeninos do que os nossos.
INF2 Mesmo aí nas ilhas para fora, a gente, às vezes, na televisão, vêem é como carrinhos [pausa] pequeninos, não é?
INF2 Os nossos carros eram grandes.
E então quando carregavam milhos!
Porque isso ele eram grandes seves de milho!
INF1 Ele o senhor Anaxarco da Carreira chegou a fazer uma seve.
INF1 [vocalização] O museu é que lhe falou e diz que essa seve está no nosso carro.
INF1 Ele [vocalização] eu ainda não fui lá baixo ver porque papá tinha ali a sua arribana que era de arrumar os [vocalização] coisas,
começou-se ele [vocalização] a estragar que era de milheiros, de coisas assim e [vocalização] [pausa] pronto!
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