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Arcos de Valdevez, excerto 26
Text: -
INF Abaixo de [vocalização] Aqui abaixo de daquela azenha [pausa] minha – que eu trabalhava lá que agora não – havia cinco moinhos de dorna.
Até lhe fiz Até fiz eu as dornas mais o meu filho e um [vocalização] um genro e o sogro do meu filho.
Abaixo da ponte de Santar, [pausa] um moinho com três moinhos de dorna.
É por isso que eu sei, que estou aqui.
INF Nós nascemos na azenha, aqui.
INF Nós não nascemos na azenha;
INF Mas como lhe digo, estava aquele vizinho dali…
E ele, ele depois foi para Lagos.
Em 1951 [pausa] foi para lá.
E é que tinha moinho e azenha!
E cheguei a fazer isso [pausa] umas três vezes, [vocalização] as dornas.
Lemb- Aí abaixo, [pausa] cinco;
[pausa] e lá abaixo, três.
INF Mas espere aí, era este rio e ou- e lá para cima muito mais!
Azenhas aqui só havia esta, [pausa] ele ele ali na Valeta outra, no Espírito Santo outra –
mas aí levam só duas [pausa] azenhas…
E depois lá acima, acima de de Pugido – em frente ou de lado, ali para [vocalização]… bem, em frente – outra azenha.
Lá abaixo, no rio da Barca, na Azenha da Ribeira – na na Ribeira e com o Souto –, há outra azenha.
Ali para cima, em Travassos, [pausa] duas azenhas que lá havia!
Do lado de acolá de Vila Nova a última que aí esteve.
Para cima, não pois não conheço mais.
Mas para acolá também ele havia tantas só no [nome próprio] – [vocalização] azenhas.
As azenhas é de um rio grande, sabe?
INF E aí para baixo já eram moinhos só.
INF Já para, [vocalização] no rio, no rio no rio de Nogueira – esse rio e esse ribeiro vêm ali a desaguar à Barca –, é tudo moinhos de dor-, de, de [pausa] de rodízio.
INF Mas é de subirem e descerem, sabe?
INF Mas o de dorna é melhor.
é porque o [vocalização] o rio cresce um bocadinho, nem que tenha a dorna meia, mói.
Mas quanto mais a água estiver mais baixinha, mais puxa.
Mas se ancorar, é muita água,
e já não faz um grão de farinha.
E é como as azenhas, também.
Se o [vocalização] a água chegar perto do eixo, não anda.
Não pode, tem A água não corre.
INF Ai, isto é du- minha e dura, minha senhora!
[pausa] Eu gostei muito de ser moleiro –
[pausa] [vocalização] porque calhou por o meu sogro assim –,
Mas, no entanto, [pausa] era moleiro.
Eu era moleiro [pausa] e alinhado!
INF Como matador de porcos também era alinhado,
pescador de lampreias [pausa] igual, de peixe, tudo.
O que eu so- aprendi, [pausa] fazer um barco, fazer as rodas das azenhas, tu- eu fazia isso tudo.
E quando não podia fazer, chamava gente que me ajudasse.
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