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Arcos de Valdevez, excerto 26

LocationArcos de Valdevez (Arcos de Valdevez, Viana do Castelo)
SubjectO moinho, a farinha e a panificação
Informant(s) Antipas
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF Abaixo de [vocalização] Aqui abaixo de daquela azenha [pausa] minha que eu trabalhava que agora não havia cinco moinhos de dorna.
[2]
Até lhe fiz Até fiz eu as dornas mais o meu filho e um [vocalização] um genro e o sogro do meu filho.
[3]
Abaixo da ponte de Santar, [pausa] um moinho com três moinhos de dorna.
[4]
É por isso que eu sei, que estou aqui.
[5]
INF Que eu não, eu não
[6]
Eu era sempre azenhas.
[7]
INF Nós nascemos na azenha, aqui.
[8]
INF Nós não nascemos na azenha;
[9]
estamos é na azenha!
[10]
INF Mas como lhe digo, estava aquele vizinho dali
[11]
E ele, ele depois foi para Lagos.
[12]
Quis ir para !
[13]
Em 1951 [pausa] foi para .
[14]
E é que tinha moinho e azenha!
[15]
E cheguei a fazer isso [pausa] umas três vezes, [vocalização] as dornas.
[16]
Lemb- abaixo, [pausa] cinco;
[17]
[pausa] e abaixo, três.
[18]
E ele depois acabou.
[19]
INF Mas espere , era este rio e ou- e para cima muito mais!
[20]
E aqui acabou tudo!
[21]
Azenhas aqui havia esta, [pausa] ele ele ali na Valeta outra, no Espírito Santo outra
[22]
mas levam duas [pausa] azenhas
[23]
E depois acima, acima de de Pugido em frente ou de lado, ali para [vocalização] bem, em frente outra azenha.
[24]
Conheci essas azenhas.
[25]
abaixo, no rio da Barca, na Azenha da Ribeira na na Ribeira e com o Souto , outra azenha.
[26]
Ali para cima, em Travassos, [pausa] duas azenhas que havia!
[27]
Mais acima outra!
[28]
Do lado de acolá de Vila Nova a última que esteve.
[29]
INF Não.
[30]
Este Neste é isto.
[31]
Para cima, não pois não conheço mais.
[32]
Mas para acolá também ele havia tantas no [nome próprio] [vocalização] azenhas.
[33]
As azenhas é de um rio grande, sabe?
[34]
INF E para baixo eram moinhos .
[35]
INF Sim.
[36]
Moinhos de dorna.
[37]
De dorna!
[38]
INF para, [vocalização] no rio, no rio no rio de Nogueira esse rio e esse ribeiro vêm ali a desaguar à Barca , é tudo moinhos de dor-, de, de [pausa] de rodízio.
[39]
INF Mas é de subirem e descerem, sabe?
[40]
INF Mas o de dorna é melhor.
[41]
Melhor [pausa] por isto:
[42]
é porque o [vocalização] o rio cresce um bocadinho, nem que tenha a dorna meia, mói.
[43]
Mas quanto mais a água estiver mais baixinha, mais puxa.
[44]
Mas se ancorar, é muita água,
[45]
bate uma na outra,
[46]
e anda devagarinho,
[47]
e não faz um grão de farinha.
[48]
E é como as azenhas, também.
[49]
Se o [vocalização] a água chegar perto do eixo, não anda.
[50]
Não vale a pena moer.
[51]
Isso não mói!
[52]
INF Pois.
[53]
Não pode, tem A água não corre.
[54]
INF Isto é
[55]
INF Ai, isto é du- minha e dura, minha senhora!
[56]
É muito linda!
[57]
[pausa] Eu gostei muito de ser moleiro
[58]
[pausa] [vocalização] porque calhou por o meu sogro assim ,
[59]
mas ia [vocalização]
[60]
Mas não estava.
[61]
Mas, no entanto, [pausa] era moleiro.
[62]
Eu era moleiro [pausa] e alinhado!
[63]
Tinha gosto disso!
[64]
INF Como matador de porcos também era alinhado,
[65]
pescador de lampreias [pausa] igual, de peixe, tudo.
[66]
O que eu so- aprendi, [pausa] fazer um barco, fazer as rodas das azenhas, tu- eu fazia isso tudo.
[67]
E quando não podia fazer, chamava gente que me ajudasse.

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