Representação em frases
Melides, excerto 49
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INF1 O que é certo estive lá,
e depois assim que [vocalização] estive lá um tempozito, [vocalização] convenceram-me para me ir para outro sítio, para para o Sobreirinho.
[vocalização] Fui Dali fui para o Sobreirinho,
ta- ainda lá não tinha acabado lá sequer o o tempo, porque eles até podiam ter preciso de mim muito tempo.
Mas foi para lá depois o meu irmão no meu lugar.
Mas o meu irmão esteve lá para aí alguns, não não chegou a oito dias,
Que ele Quer dizer que me falaram para lá,
e eles queriam-me era a mim,
eu fui para o Sobreirinho
e ele foi para lá no meu lugar.
Mas ele não esteve lá tempo nenhum.
Esteve lá poucachinho tempo.
[vocalização] Depois continuou a estar sempre em casa, não é?
do [vocalização] Ainda me lembro o nome dele, o tio Gil do Isidro, que ele esteve também servindo.
Mas esteve lá pouco tempo também.
Mas lá é que ele ainda esteve mais um tempozito.
[vocalização] O tio Gil do Isidro era um homem muito bom
e foi isso ainda a sorte dele também.
Depois de lá já não quis servir.
Esteve sempre melhor de que eu, sempre em casa.
E eu, eu andei sempre naquela vida.
Olha, para encurtar de razões, quer dizer que depois que vim outra vez para a para a mesma casa cá para a para as Cortinas.
Depois já era por conta já dos filhos,
já já a lavradora não mandava nada.
Morreu o lavrador também nessa altura.
aquilo estava também já muito velha
e eles é elas é que mandavam.
Depois de lá foi para lá também um outro criado que é o Gilberto, um gajo que chamavam o Gilberto, um g- um gajo que tinha aí muita fama, aí no tempo aí da maltesaria,
Mas o gajo era mais velho de que eu.
E eu também sendo por bem
mas por por mal também não era assim muito bom,
e [vocalização] e o sacana dava conta de mim, de me pegar e ir comigo à rojo por cima daqueles cardos,
E eu depois que me ba- de me bater, fui-me embora,
fui servir para o Pinhal de Cima.
No Pinhal de Cima, estive lá – era irmão da, da da tia Henriqueta, que era que era a dona lá da Saramaga, que é [vocalização] uns lavradores que havia ali ao pé de São Francisco – estive lá o resto do tempo até te-, até ter até ir à inspecção.
Estive estive lá lá sempre lá lá por conta deles.
Pr- Primeiro andava por conta dos dois
e depois acabaram o negócio,
fiquei por conta lá da tia Henriqueta.
Estive lá até ter vinte anos.
Lá então é que Lá então é que foi essa coisa de [pausa] morrer também um filho dessa la- dessa lavradora, que era o Giordano da Saramaga.
Agora há um Giordano da Saramaga que é que é negociante
mas não é nada sequer a esse,
é de lá de outra Saramaga.
E então esse era um tipo rico, um tipo que toda a gente gostava dele.
[vocalização] enfim, toda a gente gostava dele, porque tinha tudo de bom.
e era e era um tipo instruído e, e.
Deu-lhe aquele mal, tuberculose,
e não não se curava naquele tempo,
Para aí mais de cinquenta.
Deve de haver mais de cinquenta, pois…
INF1 Bom, que ele morreu não há não há mais de cinquenta,
mas já há aí [vocalização] perto de cinquenta.
Aí mu- muito perto de cinquenta.
E então, nessa altura, ele possuía uma concertina,
esse, esse, esse esse tipo possuía uma concertina também,
Mas depois deu-lhe aquele mal,
tinha para aí para aí vinte anos, ou pouco mais.
Ele era pouco mais velho do que eu.
Era Tinha aí mais uns três ou quatro anos do que eu.
E de m- de maneira que o homem morreu,
esteve muito tempo que eles não a vendiam que aquilo estava, pois, estava, estava…
A concertina estava guardada
Que tinha um cegueirão naquilo!
Comecei logo a comprar uns realejozinhos.
Ia Aonde quer que estivesse um tocador, eu estava lá a noite inteira à roda dele.
Depois eles sabiam que eu que tinha cegueira naquilo
e [vocalização] achavam que eu que tocava bem realejo
e [vocalização] pensaram: "Ah!
A gente vendemos a concertina ao moço.
Ele não tem dinheiro, mas vai pagando".
Foi a maneira assim de eu de eu então comprar então uma concertina.
E daí é que começou assim a ir para diante.
INF1 E [vocalização] E então que a minha vida foi a cuidar em gado, quase sempre.
E depois trabalhar com gado.
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