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Moita do Martinho, excerto 22
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que o tinha ali em Vale de Ourém –,
chegava a daqui abalar a correr de bicicleta ou de motorizada,
Uma até que me sucedeu uma vez:
partiu os dentes das entrosas todas.
Tanto que apertei com ele
INF Para ele andar mais devagar,
INF Embrulhava-lhe as velas.
INF As velas tinham aí [vocalização] oito metros, nove metros de pano, mais ou menos;
e depois se o vento era muito forte, [pausa] eu embrulhava-lhe as velas [vocalização] aos braços, [vocalização] à madeira.
INF Embrulhava-lhe as velas,
[pausa] que era para depois serem mais pequeninas, para apanharem menos vento, para andarem mais devagar.
INF E depois [vocalização]…
INF Tinha um sarilho por dentro que a gente arrodeava.
Eu tinha umas rodas, por exemplo, do capelo,
e andavam a trabalhar dentro duma caixa assim por dentro…
E a gente tínhamos um um jeito dum sarilho – não era? –
e a gente mudava dum lado para o outro o sarilho e a gente.
nunca estava no mesmo sítio,
e a gente mudava-o para o outro lado.
INF Estava assente em cima Estava assente em cima da parede do moinho com umas rodas.
INF E essas rodas estavam ligadas ao ao capelo de cima, com uns ferrozinhos ligados,
Faz de conta que era uma roda dum andarilho ou uma roda de uma bicicleta, ou uma coisa qualquer.
depois tinha aquele eixozinho
e aquilo tinha uma caixazinha…
As rodas tinham uma caixazinha em cima das paredes,
Isto é para atar a vinha.
Depois tinha aquele tinha aquela caixazinha, onde desandavam aquelas rodas,
Depois aquilo andava a gente com o sarilho lá por dentro,
Tirávamos o moinho do vento, quando a gente o queria parar.
Por exemplo, se o vento era daqui, puxávamos o moinho para ali,
dava-lhe o vento dava nas velas por cima,
INF Ainda está ali uns casais que trabalham.
Mas onde vocês se [vocalização] vêem aquilo a trabalhar, é lá na Moita Redonda, ao pé de Fátima.
Aí vêem isso a trabalhar tudo!
um prumo que era uma entrosa, tinha um prumo lá baixo e esse, e esse…
INF Chamamos-lhe a gente a árvore.
INF Tinha, tinha duas Tinha duas entrosas
e a que vinha do eixo do moinho, do lado de fora – vinha do eixo, trazia as velas, o moinho trazia as velas à porta – é que tinha uma entrosa e tocava então,
chamávamos a gente o cartão.
e os dentes pegavam-lhe [pausa] nessa tal coisa
e tinha a-, esse tinha então esse prumo, que era a árvore,
Cá em baixo, então, é que as as mós tinham um carreto,
e essa entrosa pegava nos carretos das pedras
INF É uma roda com uns dentes.
Tem, deve ter, esses dentes devem Deve ter aí uns [pausa] trinta e tal dentes, perto de quarenta.
Eu ainda há pouco tempo as aí tinha,
Os carretos ainda os ali tenho.
Os carretos é o é no que trazem no veio das pedras,
porque as pedras andavam a trabalhar em cima dum veio de ferro.
INF E tinham aquele carreto,
e depois o moinho tocava aqueles carretos
INF Cada, ca- Cada mó tinha um carreto [pausa] e um veio de ferro…
INF E uma entrosa tocava os três carretos.
INF E-, era, era Era deitada [pausa] pregada na tal…
Por exemplos, faz de conta que isto era o era a tal, e estava [vocalização] enfiada nesse tal prumo, não é – como estava a contar –,
INF estava enfiada nesse tal prumo,
e tocava os carretos todos em volta.
INF Tocava-os todos três ao mesmo tempo.
A que estava lá de cima tinha…
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