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Outeiro, excerto 13
Text: -
Depois, sabe o que nós fazíamos às vezes?
Daquele Claro, sempre cai uma febra do linho ao estar a espadar,
Olhe, a minha mãe fazia [vocalização] fazia colchões até da, daq- dos tascos.
mas, o tasco, aproveitava-o…
E às vezes fazia os fiadeiros,
até se juntava a mocidade a fazer fiadeiros…
Mas a minha mãe primeiro fazia assim.
Primeiro, enchia-se a fiteira mesmo quase acolá ao cimo
e dava-lhe uma sacudidela, aos tascos,
porque ainda ficava parte do linho, porque parte do linho vai neles, não é?, que sempre parte! –,
Olhe, ficava uma coisa deliciosa, muito boa, rijo, rijo que eu sei lá!
Porque claro, quando cai o tasco, o tasco é uma uma arestinha…
Olhe, ainda este que jogamos agora aqui…
INF [vocalização] É à raiz e a tudo.
[pausa] E a tudo lá para cima.
INF Olhe que este linho está bem fininho.
INF Pois eu ao passar o dedo, fica-me ele eu o coiso cheio de te- de arestas.
Chamamos-lhe arestas ao ao que cai, assim mais fino – arestas.
INF E aquilo [vocalização] ele o linho está dentro da daquela caninha, da da cana do linho, não é?
É espécie duma caninha, porque fica dentro.
INF Depois a gente ele [vocalização] o linho fino é conforme o quiserem.
Até podem assedá-lo três ou quatro vezes para ser…
Quanto mais assedarem, mais fino quando se coze.
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