R&D Unit funded by

Sentence view

Outeiro, excerto 13

LocalidadeOuteiro (Bragança, Bragança)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Astreia

Text: -


[1]
INF o tasco.
[2]
Depois, sabe o que nós fazíamos às vezes?
[3]
Daquele Claro, sempre cai uma febra do linho ao estar a espadar,
[4]
e se enche a fiteira
[5]
Olhe, a minha mãe fazia [vocalização] fazia colchões até da, daq- dos tascos.
[6]
Claro, urdia com o linho
[7]
mas, o tasco, aproveitava-o
[8]
E às vezes fazia os fiadeiros,
[9]
até se juntava a mocidade a fazer fiadeiros
[10]
Mas a minha mãe primeiro fazia assim.
[11]
Primeiro, enchia-se a fiteira mesmo quase acolá ao cimo
[12]
e dava-lhe uma sacudidela, aos tascos,
[13]
e ficava ali
[14]
porque ainda ficava parte do linho, porque parte do linho vai neles, não é?, que sempre parte! ,
[15]
botava-os para ali,
[16]
tornava-os a espadar
[17]
Olhe, ficava uma coisa deliciosa, muito boa, rijo, rijo que eu sei !
[18]
Porque claro, quando cai o tasco, o tasco é uma uma arestinha
[19]
Olhe, ainda este que jogamos agora aqui
[20]
INF [vocalização] É à raiz e a tudo.
[21]
[pausa] E a tudo para cima.
[22]
INF Olhe que este linho está bem fininho.
[23]
INF Pois eu ao passar o dedo, fica-me ele eu o coiso cheio de te- de arestas.
[24]
Chamamos-lhe arestas ao ao que cai, assim mais fino arestas.
[25]
INF E aquilo [vocalização] ele o linho está dentro da daquela caninha, da da cana do linho, não é?
[26]
É espécie duma caninha, porque fica dentro.
[27]
INF E depois, maça-se
[28]
e depois esfrega-se
[29]
e é que se espada.
[30]
INF Depois a gente ele [vocalização] o linho fino é conforme o quiserem.
[31]
Até podem assedá-lo três ou quatro vezes para ser
[32]
Quanto mais assedarem, mais fino quando se coze.

Edit as listText view