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Outeiro, excerto 57

LocalidadeOuteiro (Bragança, Bragança)
AssuntoA vinha e o vinho
Informante(s) Austrino Camila

Text: -


[1]
INF1 Carros.
[2]
Pois.
[3]
Para Numa, numa Num carro, põe-se todos juntos
[4]
e levam-se para a adega.
[5]
INF1 Na adega Na adega, depois, tiram-se
[6]
e botam-se numa num lagar a espremer.
[7]
INF1 Numa Numa coisa
[8]
INF1 É uma máquina [pausa] para picar.
[9]
INF2 Uma máquina que é para espremerem as uvas .
[10]
INF1 Era era numa numa tina,
[11]
[pausa] que eram pisadas à ao .
[12]
INF1 De madeira.
[13]
INF1 De madeira.
[14]
INF1 Agora Dantes era de madeira,
[15]
agora de, de c- feitas a a cimento,
[16]
umas tu- é uma espécie dumas tulhas, dumas lagaretas, que elas são feitas a cimento.
[17]
INF1 São mais próprias, porque não não tanto perigo.
[18]
INF1 A pisá-las.
[19]
INF1 Enquanto não as pisassem, não saíam de .
[20]
Depois ia-se
[21]
INF2 Não sai o vinho!
[22]
INF1 Depois i- iam
[23]
INF1 Pisadas, ca-, i- era preciso ir todos todos os dias, a dar-lhe
[24]
INF1 Pois.
[25]
A fi- Pois.
[26]
Era preciso ir todos os dias a a dar-lhe uma volta [pausa]
[27]
INF1 para para depois elas afermentarem e ferverem.
[28]
INF1 Depois, estando a ferver, é que é preciso sempre, sempre, sempre, sempre
[29]
[vocalização] Tem que se estar sempre
[30]
[pausa] Enquanto estiverem a ferver, é preciso sempre [pausa] batê-las.
[31]
INF2 Baixá-las para baixo que é para vir vem o vinho acima.
[32]
INF1 Baixá-las ou que, ou que ou que se entre , ou que fosse com um pau, com uma gancha
[33]
INF1 e batê-lo sempre.
[34]
Depois, quando a gente lhe parecia que que não tinha
[35]
INF2 os homens a lavar o rabo!
[36]
INF1 Ele a parecer que a gente que via que não tinha força verdadeira, deixava-se deixava-se d- um dia ou dois sem mexer nele [pausa] para ele aclarar,
[37]
e empeça depois a enxarcar,
[38]
empeça a saber o o vinho
[39]
INF2 Ui, madre!
[40]
E a gente a beber o vinho!
[41]
INF1 Pois é,
[42]
o vinho depois começa
[43]
INF2 O vinho é que vem acima.
[44]
INF1 Vem depois ao de cima do bagaço.
[45]
INF1 Pronto, é porque ele não tem força para para coisar.
[46]
A gente depois está dois dias ou ou três
[47]
e deixa-o [pausa] acalmar;
[48]
a gente depois pega,
[49]
mete-lhe a coisa para o tirar
[50]
[pausa] e depois corre por um tonel que tem,
[51]
vai-o a gente tirando [vocalização] aos cântaros ou às latas, como a gente quiser, para as pipas.
[52]
INF1 Depois, tira-se.
[53]
Acabou-se de tirar,
[54]
junta-se o bagaço todo,
[55]
junta-se o bagaço todo
[56]
INF1 Põe-se-lhe um peso [pausa] bom, ao bagaço, com umas tábuas; e um, e um primeiro umas tábuas depois uns pesos em cima para sair aquele aquele vinho que tiver mais.
[57]
Para o outro dia, a gente pega e faz aguardente.

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