Representação em frases
Bandeiras, excerto 2
Texto: -
INF1 Isto é vimes que já não são bons, que isto é vimes já velhos, que isto é vime restos de vimes.
Tenho lá em cima muitos poderes, que eu [pausa] tenho posto muitos poderes fora.
E os donos ficam com falta deles, que eu não posso-os fazer.
Estes estão bons, que eu escolhi-os.
Mas quer dizer, mas estão estão já mais negros, que eles quando se acabam de descascar estão muito branquinhos.
INF1 Estão Estão mais negros, é.
Se isto for apanhados e descascados, isto fica alvinhos – alvos como leite!
E a gente faz uma uma obrazinha, porque depois quem tem um, me- mete isto na água salgada,
dur- tem muita duração – lavadas em água salgada.
INF1 É água do mar, água do mar.
Um cesto destes, ele para um assim, assim para um resolver, para usar para estar assim num lugar qualquer, só para [pausa] coisa de casa, dura-lhe anos,
Isto, est- esta arte, eu peguei nesta arte,
não foi porque ninguém me ensinasse.
Tenho um irmão meu que faz obras todas em vimes – a mobília de casa toda em vimes, se quiser fazer.
Ele até [vocalização] Ele, por acaso, ele está em casa.
Mas ele há [vocalização] dois ou três anos não trabalha em vimes.
INF2 Trabalha nas obras, [pausa] que ele anda nas obras.
INF1 Ele é que fazia os meus cestos.
E ele pegou-se lá comigo um dia porque ele também queria que eu aprendesse a fazer cestos e eu não queria, que eu não gostava desta arte.
E eu, por acaso, ele disse que não me fazia o cesto
e eu perguntei a ele se ele fazia os cestos se era com os olhos abertos ou os olhos fechados;
e ele disse-me que era com os olhos abertos.
"Pois se é com os olhos abertos, também eu hei-de fazer cestos".
Peguei num cesto que ele tinha aí velho…
Risos Peguei num cesto velho que tinha aí,
Pois eu tenho feito centos e centos e centos de cestos.
INF1 Era que ele, se fazia com os olhos abertos, também eu ia fazer com os olhos abertos,
também podia fazer conforme ele fazia.
INF2 Ele não Quer dizer que não era mais tolo de que ele .
INF1 Eu não era mais tolo do que ele!
INF1 E vai eu peguei a fazer, sem ele me ensinar.
E [vocalização] até aí vêm ca- camionetas carregadas de vimes para aí.
Olha, até um bate-chapas ali de Santo António, de São Vicente – eu não sei se conheces, que ele é de São Vicente –, vem-me com uma furgoneta carregada de vimes para aí.
levou [vocalização] aí doze cestos,
ficou uma parte deles aí,
tornou ele a deixar mais vimes aí.
Estão, por acaso, até verdes.
Por acaso, estão lá em cima no no mato, ainda, no Fogo, num tanque.
Em vimes é que se eu quisesse trabalhar, [pausa] em vimes, a minha arte pegava em vimes.
Mas a minha arte não é esta!
A minha arte é trabalhar no campo, a mondar e [vocalização] …
Caiadura, às vezes, aí numas certas casas…
E a coisa de vimes faz muito mal às cadeiras
e eles depois não pagam [pausa] o valor do cesto.
Que a gente para fazer um cesto bem feito…
[pausa] Um homem para fazer um cesto bem feito tem que fazer quatro cestos por dia – bem feito!
INF1 Mas mal feitos, sim.
E eu E ele para faz- para ganhar o meu dia, que eles não querem dar mais que cinquenta escudos a um homem por fazer um cesto…
[vocalização] E os homens aí estão muito caros!
aí nas obras, os que vão trabalhar para as obras, vão ganhar quatrocentos e [vocalização] oitenta escudos.
E eu para fazer um cesto por cinquenta escudos, para fazer quatro cestos, são quatrocentos escudos.
E eu pego de manhã às sete horas…
INF1 Sim, são duzentos escudos.
Eu p-, eu pego Eu pego de manhã [vocalização] às sete horas
e acabo à noite, para aparelhar os vimes e essas coisas todas.
Tenho que fazê-los mal feitos [vocalização] para ver se adianto.
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