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Bandeiras, excerto 20

LocalidadeBandeiras (Madalena, Horta)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Balbino Carmélia

Text: -


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[1]
Ela vai,
[2]
vai dizer ao pai;
[3]
o pai manda-o chamar.
[4]
Ele disse: "Oh [vocalização], vou para a morte"!
[5]
Chegou dentro,
[6]
ele disse: "Pois a minha filha Clara quer o senhor para seu esposo;
[7]
o senhor vai casar com a minha filha
[8]
e não trabalha mais de criado".
[9]
O homem vai,
[10]
fez assim.
[11]
Casando-se, depois ao cabo de muito tempo, ao fim de uma semana, o hosp-, o diacho do [pausa] o palácio era muito grande,
[12]
e ela vai mostrar para cima o palácio todo a ele, e amostrar os seus prédios ao longe, a ele, [vocalização]
[13]
e vai ele
[14]
uma casa em baixo, numa vilazinha
[15]
e perguntou: "Então que casa é aquela"?
[16]
E ele ela vai,
[17]
ela foi assim: "Aquilo é as Tonas de Belém.
[18]
Quem va- Quem vai, quem não vem"!
[19]
Ficou assim a olhar
[20]
[pausa] E chegou no dia adiante
[21]
e ele diz: "Olha, vou dar um passeio"!
[22]
Pegou na sua arma, na sua espada, no seu leão, no seu cavalo
[23]
e caminhou.
[24]
Mas com a ideia sempre pensando naquilo que a mulher tinha dito: [pausa] "Quem vai, quem não vem"!
[25]
Sempre gostava de ir ver aquilo.
[26]
Chega ,
[27]
um largo de fora mas com umas argolas de amarrar cavalos e uma porta meia aberta e meia fechada.
[28]
Mas tinha muita fome,
[29]
ele tinha fome.
[30]
E bate à porta,
[31]
ninguém fala.
[32]
[pausa] Entra para dentro
[33]
e uma mesa posta com comida.
[34]
Cheirava que consolava!
[35]
Bota um prato ao cavalo, um prato ao leão
[36]
e sentou-se à mesa a comer.
[37]
[pausa] E quando ele acabou de comer [vocalização] chega uma velha.
[38]
Chega uma velha: [vocalização] "Bom dia".
[39]
"Bom dia".
[40]
"Minha senhora",
[41]
esteve-lhe algum tempo pedindo desculpa a ela, que tinha muita fome, e que viu que tinha escrito fora da porta que dava-se comidas, e que ele entrou para dentro, tinha comido e estava comendo, e agora que ia esperar para pagar, saber quanto e coisa.
[42]
E ela disse que ali não se pagava nada; o pagamento que era jogar uma luta.
[43]
Ele o homem era um rapaz novo
[44]
e fica assim a olhar para ela: "Olha uma velha destas jogar uma luta comigo"!
[45]
Ela disse: "Pois, sim senhor"!
[46]
Mas disse: "Mas o senhor vai amarrar o seu cavalo e o seu leão".
[47]
[vocalização] E ele disse: "Ó senhora, não é preciso amarrar que o meu o meu leão e o meu cavalo é manso"!
[48]
"Não senhor!
[49]
O senhor vai amarrar"!
[50]
"Mas não tenho nada com que amarrar".
[51]
"O senhor vai amarrar com um cabelo da minha cabeça"!
[52]
E puxou um cabelo
[53]
e deu um cabelo para o cavalo e outro para o leão.
[54]
O homem vai,
[55]
o cabelo era grande, amarrado em volta do pescoço do leão,
[56]
e passa a corrente,
[57]
e pegam a jogar ao soco.
[58]
O homem era novo
[59]
mas viu-se atravancado
[60]
e foi assim: "Avança, meu leão"!
[61]
E vai a velha
[62]
foi assim: "Engrossa, meu cabelão"!
[63]
E fez-se logo uma corrente no pescoço.
[64]
E ficou o cavalo e o leão amarrado.
[65]
E ela foi andando com ele,
[66]
foi andando com ele, com o cu para trás,
[67]
e mete-o por um alçapão abaixo.
[68]
Ele ficou para .
[69]
Pois a mulher também não sabia nada dele,
[70]
e o seu cavalo ficou amarrado,
[71]
ficou o leão amarrado
[72]
Chegou no prazo de desse tempo que ele tinha dito ao irmão que a fim de um ano tinham que estar ali a esperar para vir visitar o pai e a mãe,
[73]
e o irmão veio [pausa] até à boca do caminho.
[74]
O irmão não estava,
[75]
foi esperando,
[76]
foi esperando,
[77]
mas não estava.
[78]
Pega em seu caminho
[79]
e volta à casa do pai.
[80]
Mas ele tinha-lhe dito ao irmão, se a árvore estivesse murcha ou seca que a ma- um deles que iam mal, ou o pai, ou um deles que iam mal.
[81]
Chega o irmão,
[82]
chega fora do portão,
[83]
a árvore [pausa] a querer murchar, a ficar a cair a folha.
[84]
Ele disse: "Oh, isto é meu pai ou minha mãe que está doente,
[85]
e se não é eles, é meu irmão que vai muito mal".
[86]
Vai a casa do pai,
[87]
esteve fazendo uma visita ao pai,
[88]
viu que o pai estava de saúde e a mãe estava de saúde
[89]
e arranca-se na volta de [pausa] onde o irmão tinha caminhado.
[90]
[pausa] Onde foi bater?
[91]
Na casa do rei.
[92]
Ali no naquele lugar do rei, falava-se naquilo, naquele homem que tinha desaparecido e coisa,
[93]
mas quando o viram julgavam que era ele:
[94]
cavalo igual,
[95]
leão igual,
[96]
espada igual,
[97]
o homem era a mesma coisa
[98]
E vai quando o viram, foram logo abraçá-lo, abraçá-lo,
[99]
e ele falou: "Oh, o meu irmão está por aqui;
[100]
o meu irmão morreu por aqui".

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