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Porto de Vacas, excerto 21
Text: -
Como é que era aquel- aquela parte?…
Quando a gente tirava da urdideira e depois enrodilhávamos ao órgão.
INF2 Pois enrodilhávamos, então.
Eu alembra-me que eu que eu ia lá muita pequenina e puxava!
Eu sentava-me por baixo do banco
INF1 e a minha mãe lá continuava a enrodilhar, a enrodilhar.
INF2 A enrodilhar, a enrodilhar durante uns tempos.
INF1 Porque aquilo ao tempo que tirava da urdideira, aquilo faziam-me uma [vocalização]…
Parece que era umas correntes.
INF1 Depois [vocalização] Depois eu sentava-me lá no chão, a puxar, a puxar para a minha mãe enrolar ao órgão.
INF1 Depois, [vocalização] aí nesse, aquando no fim de de estar o no órgão, o que é que o que é que fazia para?…
INF2 Prende às canas, [vocalização] nas cruzes [vocalização].
E depois empei- empeirava-o – ou como é que vomecê dizia? – para pôr no pente.
e primeiro era nos liços.
INF2 Primeiro era nos liços
e depois é que era no pente.
INF1 Mãe, que nome é que davam a isso?
INF1 Não sei que nome é que vomecê lhe dava.
Depois então nos liços, nos liços é que era a empeirar,
era fio a fio duas vezes.
INF2 No pente é que já era a dois a dois…
INF2 Oh, eu tinha uma palhetazinha também;
por mor de enfiar no pente, tinha uma palheta.
INF2 Nos liços era à mão só.
O resteleiro que é, pronto, quando vinha do órgão…
No fim de se enrodilhar a teada ao órgão, então punha-se no resteleiro.
Primeiro enfiava-se as canas nas cruzes.
Quando era cortada a teada, abrir a teada,
e depois era cortada até às canas, nas cruzes,
que era umas por baixo e outras para cima – nas cruzes.
Depois, no fim, quando era para mor de as guiar já era cortado o fio o fio no fundo, por mor de a atar, quando é empeirada nos liços – por cima dos liços.
INF2 E aquela quando é dobada também é fio a fio.
mas algumas já era a par a par, a dois e a dois.
Mas eu nunca assim usei a dois;
antes gostava de fazer era fio a fio.
Eram os caminhos – não era? –,
que era um caminho que ele passavam lá uns poucos.
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