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Serpa, excerto 27

LocalidadeSerpa (Serpa, Beja)
AssuntoO moinho, a farinha e a panificação
Informante(s) Aristómaco

Text: -


[1]
INF Sim.
[2]
INF A cinza é é tirado com um pano.
[3]
INF Com um pano.
[4]
INF de dentro para fora.
[5]
INF Tem.
[6]
INF Tem um cabo,
[7]
tem uma vara.
[8]
INF Pois.
[9]
INF [vocalização] Isso é o Isso chama-se um rodo,
[10]
que é para espalhar [vocalização] o borralho.
[11]
INF Um rodo.
[12]
Que é para espalhar o borralho.
[13]
Para dar o calor igual.
[14]
INF São dois rodos.
[15]
E com um Que um serve depois novamente para juntar todo para um canto.
[16]
INF E depois é que vai então [vocalização] o varredor.
[17]
Que se chama o varredor,
[18]
que é [vocalização] uma roupa velhas, que eles pedem,
[19]
que agora até esses fornos acabaram em Serpa,
[20]
que está tudo fechado.
[21]
não fornos desses que funcionam.
[22]
Quer dizer, minto.
[23]
Ainda Ainda estão aí dois que funcionam.
[24]
Havia muitos,
[25]
mas está tudo fechado.
[26]
Começou a aparecer este pão da das padarias e esta coisa de conduzirem o pão para os comércios,
[27]
e isso acabou.
[28]
E então é que vai então o [vocalização] va- o varredor que que é esse dito pano que eles até pediam a quem tinha roupas velhas [pausa] que atavam a uma dita vara e depois era molhado dentro de água
[29]
e depois é que varriam então o solo com aquela cinza.
[30]
Depois de aquilo bem varrido [pausa] é que era o pão posto [pausa] dentro.
[31]
INF Não.
[32]
Ia no nuns tabuleiros.
[33]
INF A pessoa que tinha o forno, costumava-se a pagar um pão um de cada quinze, se pagava um.
[34]
INF A esse pão, chamava-se-lhe uma poia.
[35]
O nome próprio era uma poia.
[36]
E agora mudaram isso,
[37]
mesmo esses poucos que estão lhe chamam a pitança,
[38]
que agora não querem pão,
[39]
agora querem dinheiro.
[40]
Pagam, suponhamos, cinco escudos, ou dez;
[41]
conforme a porção [pausa] de pães que que vão, assim pagam [vocalização] a pitança.
[42]
Mas o próprio é [vocalização] o nome
[43]
O próprio nome que existe enquanto existir fornos desses mesmo que ainda estão dois, ainda gente que ainda lhe chama isso é a poia.
[44]
Se forem vinte pães [pausa] que meter, paga dois;
[45]
[pausa] se forem vinte e cinco, paga dois;
[46]
se for aos trinta, paga três.
[47]
Mas tem que ser um pão [pausa] de quilo para cima, todo.
[48]
Tem que ter de quilo para cima.
[49]
INF Cada dez.
[50]
Mas se alcançarmos quinze, às vezes são dez e às vezes são quinze
[51]
Se for um freguês que coza muito, também:
[52]
[pausa] "Olhe, com um pão [pausa] "!
[53]
Mas se for um freguês que parte das vezes que coza que coza pouco, uma vez que vai, também não vai a a perdoar-lhe três ou quatro pães para lhe levar um por o mesmo.
[54]
Diz assim: "Olha, paga dois"!
[55]
Faz-lhe dez por um.
[56]
Pois.
[57]
Em dez, tira-lhe um, que lhe chama a poia.
[58]
INF É o solo.
[59]
INF Por fora, é a côdea.
[60]
INF É o miolo.
[61]
INF O miolo.
[62]
INF A gente lhe chama os uns miolinhos.
[63]
INF Chama-se o [vocalização] Um homem que faz pão chama-se um amassador.
[64]
INF Que vende Que vende o pão é um padeiro.

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