Representação em frases
Santo André, excerto 36
Texto: -
INF1 Agora, eu tinha três filhos,
nenhum quis aprender a arte.
INF1 O que havia a aprender a arte foi para a polícia.
[pausa] Outro, queria que aprendesse,
Também está melhor do que eu!
[pausa] andou connosco aí uma temporada,
Hoje não dá a arte de carpinteiro.
[pausa] Não dá porque é por este motivo:
porque [vocalização] hoje os ferreiros são os que fazem tudo.
As portas é tudo em ferro.
INF1 As vidraças é tudo em ferro;
os carros é tudo de ferro, como se ele vê.
Hoje [pausa] o que é que se faz?
INF1 Fazia Fazia de tudo, quer dizer, [pausa] fazíamos portas, fazíamos carros, fazíamos arados, fazíamos de tudo o que aparecia, ora!
O senhor não conhece o que é a arte de carpinteiro?
quantas vidraças aqui vê,
Fiz mais de um milhão delas.
INF1 No tempo, fazia-se tudo.
As obras faziam-se todas a s- a molhado,
fazia-se tudo em madeira de castanho.
aqui não se usa quase outra coisa senão castanho,
Agora só se usa aqui pinheiro.
INF1 De resto, aqui não há aqui não há serradores,
INF1 Sabe que temos que, tem tem que cada um ir governando consoante pode.
As madeiras aqui, olhe, daqui sai toda em bruto, lá por aí abaixo.
Não a viu por aí por esses montes,
por essas [vocalização] pois,
por aí abaixo por aí ab-.
Daqui para Lisboa é ela para onde vai.
E deve ser toda para vender.
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