Representação em frases

Santo André, excerto 36

LocalidadeSanto André (Montalegre, Vila Real)
AssuntoO carpinteiro
Informante(s) Gualdino Jacobo

Texto: -


[1]
INF1 Agora, eu tinha três filhos,
[2]
nenhum quis aprender a arte.
[3]
INF1 O que havia a aprender a arte foi para a polícia.
[4]
Está melhor do que eu!
[5]
[pausa] Outro, queria que aprendesse,
[6]
não quis aprender,
[7]
foi para a América.
[8]
Também está melhor do que eu!
[9]
Agora tenho aqui um ,
[10]
[pausa] andou connosco uma temporada,
[11]
depois largou a arte.
[12]
A arte não .
[13]
Hoje não a arte de carpinteiro.
[14]
Não .
[15]
[pausa] Não porque é por este motivo:
[16]
porque [vocalização] hoje os ferreiros são os que fazem tudo.
[17]
As portas é tudo em ferro.
[18]
INF1 As vidraças é tudo em ferro;
[19]
os carros é tudo de ferro, como se ele .
[20]
Em tempos faziam-se
[21]
Hoje [pausa] o que é que se faz?
[22]
Não se faz nada.
[23]
INF1 Fazia Fazia de tudo, quer dizer, [pausa] fazíamos portas, fazíamos carros, fazíamos arados, fazíamos de tudo o que aparecia, ora!
[24]
O senhor não conhece o que é a arte de carpinteiro?
[25]
INF1 Olhe,
[26]
quantas vidraças aqui ,
[27]
olhe,
[28]
quantas vidraças?!
[29]
Fiz mais de um milhão delas.
[30]
INF2 Em madeira.
[31]
INF1 No tempo, fazia-se tudo.
[32]
As obras faziam-se todas a s- a molhado,
[33]
fazia-se tudo em madeira de castanho.
[34]
Aqui é tudo castanho,
[35]
aqui não se usa quase outra coisa senão castanho,
[36]
ou não se usava.
[37]
Agora se usa aqui pinheiro.
[38]
INF1 De resto, aqui não aqui não serradores,
[39]
não nada.
[40]
INF1 Sabe que temos que, tem tem que cada um ir governando consoante pode.
[41]
Vai tudo para a fábrica.
[42]
As madeiras aqui, olhe, daqui sai toda em bruto, por abaixo.
[43]
Não a viu por por esses montes,
[44]
por essas [vocalização] pois,
[45]
por abaixo por ab-.
[46]
Daqui para Lisboa é ela para onde vai.
[47]
E deve ser toda para vender.
[48]
Chega a Lisboa.

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