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Santa Justa, excerto 9
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INF Bem, sabe como é que eu lhe digo?
Olhe, esta flor veio da Madeira, a outra veio dos Açores, a outra veio daqui, a outra veio dalém.
INF Pois, gostava de ir lá [vocalização]…
Eu gostava de ir passear a esses sítios:
INF Eu não fui é porque eu…
[vocalização] Eu gostava só, se tivesse podido…
INF De Portugal, para Norte [pausa] é que eu gostava.
Agora disse-me assim [pausa] a minha filha: "Ó mãe!
Sabe quanto é que custava uma hortênsia azul"?
"Ai, a gente não pode comprar"!
[pausa] Estão muito caras!
INF Estão muito caras as flores!
Eu [pausa] já roubei um, dois ramos.
À volta saloia – vocês conhecem.
À praia do Estoril, Praia das Maçãs, tudo!
[vocalização] E depois estávamos ali a a ver…
A gente não pode sair de dentro da camioneta.
É agora, em Setembro, que é a volta saloia.
comecei na [vocalização] Malveira, hum?
INF Fui eu sozinha ma- daqui mais as do Couço [pausa] àquele passeio.
E então, elas é que já sabiam, não é?
Depois fui ao Sobral de Monte Agraço, onde estão os bonequinhos?
E depois fui a [vocalização] – como é que é o outro? – Mafra, ao Convento de Mafra.
Gostei muito de ir lá – muito!
Vocês também lá têm ido, não é?
INF Começámos na Praia das Maçãs, [pausa] praia do Estoril, praia de Santa Cruz – bem, aqueles pinhais –, à volta de Sintra, à [vocalização] praia do Guincho…
Bem, eu fiquei com aquilo tudo na na ideia.
E eu disse: "Eia, a praia do Guincho é tão grande"!
Viemos à volta de Sintra, tudo.
Sabem onde é que a gente veio acabar?
Nunca tinha ido à Feira Popular!
[pausa] Aqui há dois anos.
INF E elas iam-me dizendo
Aqui é que é o o Sob-, aqui é que é o"?…
Elas iam-me dizendo o nome
e eu [pausa] fiquei logo com aquilo tudo na ideia.
E depois [vocalização] em Sintra…
A gente não foi lá abaixo a Sintra, porque era chover e mais chover.
E vieram uns corredores que eram – ainda me lembra! – eram vinte e oito corredores!
E a gente ali dentro da camioneta,
e estavam as hortênsias azuis ali ao pé de mim.
a minha companheira chamava-se Dea.
Eu digo assim: "Olha, eu desço-me aqui"…
emprestei a minha sombrinha aos outros para virem cá acima –
mas tive pena de não ir lá abaixo – compreende? –, a Sintra mesmo.
E então depois digo-lhe assim: "Olha, eu nunca roubei nada a ninguém,
mas vou roubar aqui dois ramos de hortênsias.
Um para ti, outro para mim".
INF A terra é que faz a cor.
E eu disse assim: "Eu nunca roubei nada a ninguém,
A gente não pode ir lá a Sintra que é água e água"…
A gente comeu dentro da camioneta,
estivemos sempre a conversar em flores, sempre, mais outras, outras todas as colegas, todas muito bem avindas sempre.
Digo assim: "Olha, fulana, toma lá a minha sombrinha" – que eu levei a sombrinha –
"e então vai lá tu passear com a sombrinha, que eu não saio daqui da camioneta".
Comemos dentro da camioneta
[pausa] E chego lá [pausa] ao convento
de Mafra e comecei a conversar com a pessoa que lá estava, [pausa] em Mafra.
E diz ele assim: "Então, está aqui [pausa] o carro está aqui o o trem onde mataram Dom Carlos",
"Então, mas como é que isto é amanhado, senhor?
E agora está aqui outro trem,
diga-me lá o senhor como isto foi amanhado"?
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