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Fontinhas, excerto 13
Text: -
INF1 No sábado, quando é aí quatro horas da manhã, eu estou em casa do do imperador.
Quando eu chego, o imperador dá um bombão grande – que é um foguete grande.
Os seus convidados já sabem que o marchante que chegou.
E correm logo para ir ajudar, está a perceber?
INF1 Marchante é o homem que mata reses,
é o homem que corta carne,
Quer dizer, o mestre é um homem que sabe, não é?
INF1 E como também o marchante é um homem que saiba, porque se não soubesse não o fazia, não é?
INF1 Mas, quer dizer, eu sempre ouvi dizer: "Olha, é o marchante".
É o homem que mata as reses, o homem que corta a carne, não é?
Ser o mestre ou ser o marchante…
e ele dá um foguete grande.
INF1 Quando dá um foguete grande, eu já vejo os vizinhos sairem e virem para ajudar porque já sabem que eu que cheguei.
INF1 Depois quando esses homens chegam, pois há ali uma distribuição, [pausa] da manhã, de um bocadinho de massa doce – não é? –, um calicezinho de aguardente, porque aquele ar é frio, da manhã cedo,
e depois a gente pega a cortar carne.
Ora [vocalização], cortar carne, aquilo ele tem várias divisões:
eu vou dividindo carne para alcatra,
vou dividindo carne para sopa,
vou dividindo carne para esmolas.
Porque depois há umas esmolas dadas aos convidados: um quilo e meio de carne a cada casa.
A quem ele convidou, está a perceber?
Portanto, eu vou cortando:
a carne que é própria para sopa, eu vou apartando para sopa;
a carne que é própria para alcatra eu vou apartando para alcatra;
a carne que é própria para fazer um presente bonito para dar a este ou àquele, pois eu vou-a cortando.
E continuo ao domingo, até acabar ao sábado, até acabar a carne, sempre desta forma.
À maneira em que eu vou partindo, ele já vai distribuindo;
são crianças que vão distribuindo por casa dos convidados a quem ele convidou.
Aí por volta das dez horas, pois a gente resolve um almoço – não é? –, com bifes.
Às vezes, bifes grelhados que eu faço mesmo na ocasião.
Até que já se deu de eu estar a partir a carne – não é? –, e mais colegas meus a ajudar e, para não dar o trabalho às mulheres, a gente amanha uma grelha
e [vocalização] a gente faz ali um braseal
e ali a gente grelha os bifes – não é? –,
e a gente come mesmo ali, quer dizer, [pausa] uma coisa de risada – não é? –, uma festa que a gente faz ali, a beber uns copos, até acabar as carnes.
E [vocalização] quando se acaba de partir as carnes, eu então, nessa altura, tenho as alcatras para fazer.
[pausa] e salgo a carne que é para a sopa.
Quer dizer, preparar tudo para o dia seguinte – que é no domingo – estar tudo em ordem:
estão as alcatras feitas, [vocalização] a carne da sopa salgadinha, do sábado, que é para no domingo de manhã então é que a gente prepará-la para a sopa.
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