FIS21

Fiscal, excerto 21

LocalidadeFiscal (Amares, Braga)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Crescência

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INQ1 Como é que era o caneleiro?

INF Um caneleiro [vocalização] era um [vocalização] era duma tábua, tinha assim dois peguitos, assim, e depois levava um um ferro, tinha assim atrás, no ferro, tinha uma mãozi-, um [vocalização] um bocado assim metido de madeira, com uma mãozinha, e depois a gente [vocalização] Estava acolá o novelo dentro duma cesta, ou dum [vocalização], duma co- dum móvel qualquer, e a gente pegava ali assim na mão e co- com esta mão segurava acolá no fio e com esta mão, trumba, trumba, trumba, tocava o caneleiro e o caneleiro dobava e fazia a maçaro- fazia a canela.

INQ1 A canela.

INF Pois. Uma canela para depois se meter na teia.

INQ1 Para se meter na?

INF Na teia, para depois para depois se tecer.

INQ1 Sim senhora. E, e como é que essa teia era feita? Então agora vamos passar à, à parte de Como é que se fazia uma teia?

INF Ora bom, essa Essa teia, marcava-se o algodão,

INQ1 Rhum-rhum.

INF dobava-se também os novelos da mesma maneira como se dobava a estopa e o linho, [pausa] e depois [vocalização] era urdida. Havia um, uma uma urdideira, que eram quatro colunas grandes

INQ1 Quatro?

INF Quatro colunas altas, com quatro braços. E depois punha-se assim punha-se assim em cruz e depois [vocalização] começava-se a urdir, [pausa] com as varas que a gente quisesse. Queria-lhe botar cin-

INQ2 Também andava à roda?

INF Andava à roda também. Queria-lhe botar cinquenta varas, botava cinquenta varas, ou vinte, ou trinta, ou quarenta, ou sessenta, ou oitenta, aquelas que a gente quisesse. Marcava as que queria, andava com ela à volta até marcar, e depois andava-se até até estar completo.

INQ1 Mas, mas como é que conseguia pôr os novelos todos no, no mesmo?

INF Os novelos, havia um caixote [pausa] como esta como esta mesa assim,

INQ1 Rhum-rhum.

INF cada qual com o seu quarteirãozinho, feito em quarteirõezinhos, doze quarteirões, e depois botava-se uma bolinha em cada quarteirão.

INQ2 Sim senhor.

INF E depois havia uma [vocalização] Como é que se chama? Não sei agora. Esquece-me agora o nome da

INQ2 Tenho a impressão que é

INF da coisa que a gente tinha que era

INQ1 Não, nuns sítios eles chamam espadilha.

INQ2 Não, mas não é.

INQ1 Não sei se aqui se chamava.

INF Era espadilha, era. Era espadilha. Que era de meter os fiinhos, um fiinho em cada

INQ1 É uma tabuinha que tem doze buracos.

INF Doze buraquinhos. Uma em cada buraquinho.

INQ1 Sim senhor.

INF E depois metia-se acolá em cima, enganchava-se e depois começava-se aquilo e tinha que se lhe fazer as cruzes. Com a mão.

INQ1 Com a mão?

INF Com a mão fazia-se as cruzes.

INQ1 Rhum-rhum.

INF E [vocalização] tinha que se dar aquelas voltas todas necessárias para

INQ1 Rhum-rhum. E dava algum nome aque-, ao conjunto de cada doze fios que se formava?

INF Não. [vocalização] Não. Eram os cadilhos, ficavam os cadilhos.


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