MTM13

Moita do Martinho, excerto 13

LocalidadeMoita do Martinho (Batalha, Leiria)
AssuntoA criação de gado
Informante(s) Cassiano

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INQ1 E o macho da cabra?

INF É o chibo.

INQ1 E o

INF O chibo ou o bode. Ele tem dois nomes.

INQ1 Mas aqui?

INF Aqui, ele mesmo é que havia quem lhe chamasse o bode e quem lhe chamasse o chibo. mesmo na nossa zona, [pausa] tinha esses dois nomes.

INQ1 Rhum-rhum. E quando ele é pequenino? Quando ele

INF É o cabrito. É o cabrito.

INQ1 Ou uma?

INF Ou uma cabrita.

INQ1 E até que?

INF É [vocalização], é sempre, é sempre uma Uma chiba. Depois passava a ser uma uma chibica ou uma chiba. E depois é que era a cabra.

INQ1 Isso nas fêmeas?

INF Sim, nas fêmeas.

INQ1 Depois o que era cabrito, depois ou era chibito

INF E o outro era era sempre: "É o chibico". [vocalização] Era o chibico, ou o chibo, depois de ser mais velho. Era.

INQ1 E a cabra, umas, uma qualidade de cabras que têm duas coisinhas assim penduradas

INF Era os marmilos. Chamavam-lhe os marmilos ou qualquer coisa assim.

INQ1 Diga?

INF Marmilos!

INQ1 E quando a gente não quer, ou que, de um bode, por exemplo, que, que sirva mais para cobrir as ov-, as cabras, a gente tem que o quê?

INF Capá-lo.

INQ1 Portanto, dizia

INF Castrá-lo. É castrá-lo, mas

INQ1 Mas aqui dizia-se?

INF a gente dizia-se capar.

INQ1 Diga: aquele bode está?

INF está capado.

INQ1 E quando os cabritos nasciam, costumavam-se apartar para o lado Fazia-se assim uma pequena armação não? onde os cabritos ficavam todos

INF Não. Ficar, ficavam juntos com a mãe. de dia Quer dizer, de noite estavam junto com as mães, e de dia, quando estava o tempo assim frio e quando eram mais pequenininhos, ficavam no no curral, no próprio curral donde as cabras dormiam. Depois quando as cabras chegavam então à noite, cada uma se dirigia [vocalização] Os cabritos dirigiam-se às suas mães que elas conheciam-nos bem, não se enganavam com eles.

INQ1 Com eles.

INF E depois iam mamar. Estavam Estavam então um dia inteiro sem mamar nada e quando era à noite, as cabras vinham por fora, vinham a berrar.

INQ2 Pois.

INF O meu pai por acaso era, era era ovelhas, mas havia muitos rebanhos de cabras. E quando vinham por além, estavam a berrar. Ele as ovelhas , , os cabri- Os borreguitos ficavam Por exemplo, uma o- a ovelha ficava no curral com com os cordeiritos.

INQ2 Pois, exacto.

INF Nunca deixava os cordeiros e a ovelha fosse.

INQ2 Pois, pois.

INF A ovelha tinha tinha a criação, ficava. Nesse dia ficava no curral. Ao outro dia, o, os borregos , os cordeiritos acompanhavam a mãe no rebanho. Não se dava assim umas uma [nome] muito grande, que era para para os não cansar muito, mas iam, e depois iam atrás das mães.

INQ1 Mas aqui, portanto, deixava-se eles mamarem à vontade, era?

INF Sim, sim.

INQ1 Nunca se aproveitava o leite?

INF mais tarde quando estavam grandes, assim capazes de desmamar é que se começavam então a retirar de noite para as ovelhas darem, para te- terem leite de manhã. E depois é que se iam então tirar, deixava-se-lhe um pinguito para eles mamarem depois de o de os soltar. E outros até lhe punham um Chamavam-lhe um bolso. Tapavam-lhe assim, mas era aberto no fundo. Punham-lhe um boçalzinho na na boca

INQ1 Na boca, para eles não poderem mamar.

INF para eles para eles não mamar. Mas alguns davam um jeito que ainda Aquilo arregaçava-se para trás e eles ainda ainda chegavam. Às vezes assim: "Ele" "Eh"! A minha mãe dizia assim: "Que, ai, o diabo do cordeiro ve- ainda veio"!

INQ1 Portanto, nunca foi o hábito, em vez do bolso pôr-se um pau assim na?

INF Não, não, não. Ele aos cabritos era, aos cabritos era. Mais tarde é que E habituavam-se a comer com isso. Agora os borregos não. Era o boçal para os desmamar.

INQ1 E dava-se algum nome a esse pau que se punha nos cabritos?

INF Era os barbilhos, os barbilhos também: andar embarbilhado ou barbilos, ou qualquer coisa assim.


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