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OUT57

Outeiro, excerto 57

LocationOuteiro (Bragança, Bragança)
SubjectA vinha e o vinho
Informant(s) Austrino Camila
SurveyALEPG
Survey year1994
Interviewer(s)Luísa Segura da Cruz
TranscriptionCatarina Magro
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INQ Então, e depois, chega-se com os cangos todos e levam-se para aonde, e põem-se para aonde? Onde é que se juntam todos?

INF1 Carros. Pois. Para Numa, numa Num carro, põe-se todos juntos e levam-se para a adega.

INQ Rhã-rhã. E quando se chega à adega, põe-se aonde?

INF1 Na adega Na adega, depois, tiram-se e botam-se numa num lagar a espremer.

INQ Rhum-rhum.

INF1 Numa Numa coisa

INQ O lagar é o quê?

INF1 É uma máquina [pausa] para picar.

INF2 Uma máquina que é para espremerem as uvas .

INQ Mas, antigamente, antes dessas máquinas, como é que se fazia?

INF1 Era era numa numa tina, [pausa] que eram pisadas à ao .

INQ Ao . E a tina era uma coisa de quê? De cimento?

INF1 De madeira.

INQ Ah, de madeira!

INF1 De madeira.

INQ Rhum-rhum.

INF1 Agora Dantes era de madeira, agora de, de c- feitas a a cimento, umas tu- é uma espécie dumas tulhas, dumas lagaretas, que elas são feitas a cimento.

INQ Rhum-rhum. E então

INF1 São mais próprias, porque não não tanto perigo.

INQ E portanto os homens iam fazer o quê às uvas?

INF1 A pisá-las.

INQ Rhum-rhum.

INF1 Enquanto não as pisassem, não saíam de . Depois ia-se

INF2 Não sai o vinho!

INF1 Depois i- iam

INQ E depois de, de as uvas estarem pisadas?

INF1 Pisadas, ca-, i- era preciso ir todos todos os dias, a dar-lhe

INQ As uvas ficavam no mesmo sítio?

INF1 Pois. A fi- Pois. Era preciso ir todos os dias a a dar-lhe uma volta [pausa]

INQ A dar uma volta. E aquela

INF1 para para depois elas afermentarem e ferverem.

INQ Rhum-rhum.

INF1 Depois, estando a ferver, é que é preciso sempre, sempre, sempre, sempre [vocalização] Tem que se estar sempre [pausa] Enquanto estiverem a ferver, é preciso sempre [pausa] batê-las.

INF2 Baixá-las para baixo que é para vir vem o vinho acima.

INF1 Baixá-las ou que, ou que ou que se entre , ou que fosse com um pau, com uma gancha

INQ Rhum-rhum.

INF1 e batê-lo sempre. Depois, quando a gente lhe parecia que que não tinha

INF2 os homens a lavar o rabo!

INQ Rhum-rhum.

INF1 Ele a parecer que a gente que via que não tinha força verdadeira, deixava-se deixava-se d- um dia ou dois sem mexer nele [pausa] para ele aclarar, e empeça depois a enxarcar, empeça a saber o o vinho

INF2 Ui, madre! E a gente a beber o vinho!

INQ Pois.

INQ A enxarcar?

INF1 Pois é, o vinho depois começa

INF2 O vinho é que vem acima.

INF1 Vem depois ao de cima do bagaço.

INQ Rhum-rhum.

INF1 Pronto, é porque ele não tem força para para coisar. A gente depois está dois dias ou ou três e deixa-o [pausa] acalmar; a gente depois pega, mete-lhe a coisa para o tirar [pausa] e depois corre por um tonel que tem, vai-o a gente tirando [vocalização] aos cântaros ou às latas, como a gente quiser, para as pipas.

INQ Rhum-rhum.

INF1 Depois, tira-se. Acabou-se de tirar, junta-se o bagaço todo, junta-se o bagaço todo

INQ E o que se faz?

INF1 Põe-se-lhe um peso [pausa] bom, ao bagaço, com umas tábuas; e um, e um primeiro umas tábuas depois uns pesos em cima para sair aquele aquele vinho que tiver mais. Para o outro dia, a gente pega e faz aguardente.


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