INF1 O, O milho, o O [vocalização] milho era pela ocasião do [vocalização] dos Santos.
INF2 Dos Santos.
INF1 Que [vocalização] a tradição, aqui, do almoço do dia dos Santos, que é no primeiro de Novembro, era fazer papas de milho.
INF2 Papas de milho.
INF1 Papas de milho. E de forma que havia lá – havia na vila – uma umas mulherzitas [pausa] que tinham um [vocalização] aparelho com duas pedras [pausa] [vocalização] manual, e chamavam-lhe uma zangarilha, que era onde iam moer o milho, [pausa] para fazer as papas. Aquilo só trabalhava, mais ou menos, só naquela altura, não é?
INF2 Só.
INF1 Naquela altura e [vocalização] na- naquela época, sim, naquele dia ou próximo; naqueles próximos dias é que ele trabalhava ali.
INF2 Toda a gente comia papas.
INF1 E de forma que fazer iam lá moer aquilo à zangarilha. Era [vocalização] uma coisa manual. Eu nun- nunca vi aquilo, mas a minha mãe falava-me nisso. Chama-se uma zangarilha, era.
INQ E, mas essa, essa das papas dos, portanto, de fazer papas de milho nos Santos, ainda, ainda se lembra de comer ou o senhor já…?
INF1 Então, mesmo hoje ainda se faz.
INQ Ah, ainda é normal?
INF2 Olhe, deitamos nós um pacote só para…
INF1 [vocalização] Deixe lá ver que em depois fica lá tudo, homem. Fica uns dum lado e depois não se entende.
INF2 Então vá.
INF1 [vocalização] Que ele, ainda hoje, há essa tradição, [pausa] cá. Nós [vocalização] Bem, nós cá, no tempo da minha mãe, quando nós éramos miúdos, era sempre as papas do dia dos Santos. Era sempre o almoço do dia dos Santos era papas.