INF1 A gente dá-se um nome qualquer este peixe. Mas há pouco deste, aqui.
INQ1 Às vezes vem misturado com a sardinha.
INF1 Há [vocalização]. Vem na-, vem ca-, a petin- a petinga, como uma petinga – que a, que a- que a lula la- agarra-a, [vocalização] esta aqui.
INQ1 Então, mas o que é a petinga?
INF1 Senhor?
INQ1 O que é a petinga?
INF1 Olhe, é um peixinho que anda [vocalização] sempre que a lula agarra-se. O [vocalização] – O gaiardo também apanha – [vocalização] o peixe mais [vocalização] grande… [vocalização] Como é que a gente chama-se [vocalização]? A abundância [pausa] d- do miúdo obedece, [pausa] o grande [pausa] vem atrás. Está compreendendo?
INQ1 E a petinga é essa…
INF1 A A gente chama-se a [vocalização] uma o petinga – [vocalização] o a uma petinga que [vocalização] va- vai saltando [vocalização] e o peixe prrr.
INQ1 Mas não tem nada a ver com a majonga?
INF1 Não tem, não tem, não. É outra classe.
INQ1 É outra coisa.
INF1 É outra classe, outra classe, outra classe.
INQ2 Já que estava a…
INQ1 Portanto, diz, diz.
INQ2 Já que estava a falar de peixe miúdo, também se chama roama aqui ao peixe miúdo? A todo?
INF1 [vocalização] Chama-se roama, aqui. [vocalização] Como é que os senhores dizem? Carapau [vocalização]. [vocalização] Mas a gente não se dá o nome de carapau. Chicharro miúdo [vocalização], chicharro grande – [vocalização] a gente dá-se dá-se-lhe assim –, [vocalização] manica, cavala. Dá-se assim–
INF2 Manica.
INQ2 Diga?
INF2 Manica, não é?
INQ1 Manica o que é?
INF1 Manica é a- é como a [pausa] cavala, mas em ponto [vocalização] miúdo, em ponto miúdo.
INQ1 Ah! Mas é igual à cavala?
INF1 É igual à cavala, mas vai crescendo [vocalização]…
INQ1 E fica cavala?
INF1 A gente chama-se… É como a gen-, é- É como a gente [vocalização] – os senhores – em [vocalização] Lisboa: [vocalização] a, a, a ca- a cachopa.
INQ1 Sim.
INF1 Está compreendendo?
INQ1 Não é em Lisboa. É no norte, no Porto.
INF1 Pois. Mas cada qual Mas cada qual tem a sua pronúncia [vocalização] de língua.
INQ1 Por isso é que a gente está a perguntar isto.
INF1 Pois.
INQ2 Aqui não há nada que se chame lingueirão, biqueirão, não há nada?
INF2 Há, há.
INF1 Há, há, há o biqueirão. Mas há o biqueirão o biqueirão em Lisboa…
INQ1 Mas não é isto?
INF1 [vocalização] Em Lisboa [vocalização] há. Aqui é que não há.
INQ2 Não, mas aqui. Eu estou a falar dos peixes daqui. Biqueirão não há.
INF1 Daqui, há [vocalização] o biqueirão há o biqueirão, mas é diferente de Lisboa.
INQ2 Então como é o biqueirão daqui?
INF1 O biqueirão é um peixe que [vocalização]… Assim deste [vocalização]
INQ2 Ah é vermelho?
INF1 Vermelho. Mas, é um arran-, é
INF2 Por baixo é branco. Por baixo é branco.
INF1 Por baixo é branco, mas por cima é como a [vocalização] – como é que a gente chama-se [vocalização]?– salmonetes.
INQ2 Sim.
INQ1 Sim.
INF1 É [vocalização] como – a gente chama-se – os salmonetes. Mas [vocalização] é diferente do [vocalização] de Lisboa. O biqueirão de Lisboa [pausa] é uma coisinha assim mais ou menos isto, mas tudo estreitinho.
INQ2 Sim. É.
INQ1 Exactamente. Pois, pois.
INF1 Está compreendendo a compreender? Mas não há cá muito. [pausa] Está a compreender? Sa- Sai da, do do mar para a rua [vocalização] quando o sol cresce. E aqui é o [vocalização] raro a gente mata- aqui é ra-. Nunca se vimos este peixe.