INF Antigamente semeava-se o li-, a linhaça. A linhaça. Semeava-se a linhaça, depois dava o linho e depois era apanhado aos molhinhos e depois de estar aos molhinhos, nós levávamos para um lago, que era um… Água. Um lago de água, não é? Depois estava…
INQ1 No quê? Numa ribeira?
INF Sim, numa ribeira. Estava lá – parece-me que eram oito dias ou mais –, depois ia-se lá, tirava-se o linho aos molhinhos e punha-se a enxugar. Depois de estar enxuto [pausa] – não é? –, [vocalização] havia um uma coisa que, um, um um serreiro, uma coisa para a gente [vocalização] gramar – chamava-se gramar o linho: fazia-se assim …
INQ2 E essa, e essa coisa como é que se chamava?
INF Era um… Ai, como é que se chamava? Não me lembra o nome disso. Não me lembra agora.
INQ1 Não era uma coisa com que se batia primeiro?
INF [vocalização] Não. Aquilo era Pois, o linho era era ma- malhado. Malhado. Aquilo era malhado com um malho e depois é que ia para esse sed- – é um sed-, parece que é um sedeiro, que fazem assim –, depois daí é que se fazia a estopa e o linho [pausa] para se fiar.
INQ1 Rhum-rhum.
INF Para se fiar. Para Para fiarem.
INQ1 Pois, pois.
INF E depois é que ia para para as tecelagens, para a família tecer, que era para fazer o pano, para col- para colchões, para lençóis, para camisas, para essas coisas todas.
INQ2 Pois.
INF Pois é.
INQ1 Pois.
INF Era fiado. Isso era fiado.
INQ1 Pois, pois.
INF Tinha que se fiar. Fiava-se o linho. [pausa] Fiava-se o linho e depois… Minha avó…
INQ1 Mas a senhora nunca fiou?
INF Eu não. [vocalização] Mas ela, aqui a vizinha, sabe fiar.
INQ2 Pois é.
INQ1 Claro.
INF A vizinha sabe.
INQ2 Pois é.
INF E tem uma roca.
INQ1 Pois.
INQ2 Pois.
INF Tanto que quando fizeram este ano aqui uma exposição, aqui na aqui nas Amoreiras, [vocalização] ela levou ali as coisas dela.
INQ1 Pois, pois.
INF Ela tem uma dobadoira, que aquilo depois era feito em meadas, e essas coisas todas.
INQ1 Exactamente.