INQ E um sítio com muitos pinheiros, diz-se que é um quê?
INF É um pinhal.
INQ É sempre assim que chamam?
INF Pois. Alguns chamam-lhe um pinheiral mas eu como…
INQ Como é que é mais antigo?
INF O mais antigo era pinheiral. Ah, eu ainda me lembro de de ouvir falar… Oh, os antigos pois não sabiam dizer nada, se pode dizer. Que eu, no tempo dos meus pais e dos meus avôs e dessa família, [vocalização] era um pinheiral, e era franças, e era tudo assim sucessivamente. Quase tudo os nomes não não, não… Quase Quase ninguém sabia dizer as palavras como elas eram.
INQ Não sabiam dizer… Agora mudaram as palavras mas…
INF Pois, mudaram as palavras mas mesmo mesmo dessas…
INQ Essas antigas eram bem ditas também.
INF Pois. [vocalização] Não sei, ele, pois…
INQ Eram.
INF No povo parece que falavam mais doutra forma. Tanto que i-, que iam, iam um camponês ia [vocalização] a qualquer vila, não era preciso não era preciso perguntar a ninguém para eles saberem logo que que eles que eram do campo. Sabiam logo!
INQ Pelas palavras que usavam?
INF Pois. Ou vinha Ou vinha um homem da vila cá cá para para o campo – também calhava às vezes –, [vocalização] estes cá conheciam-nos logo. Ele até até pelo andar, parece que eles que os conheciam – que os conheciam logo. E hoje em dia não se conhece! Não se conhece ninguém! Há alguns que são nascidos aí n- nessas serras, ainda parece que que eram uns lugares que – como até agora – que eram quase como os bichos. Mas não se conhece lá nada disso, hoje em dia, agora cá! Ainda agora aí passou um rapaz que mora nos [nome próprio] – que é uma casa que chamam os [nome próprio], além num nuns serros –, que aquilo é longe de coiso, mas então?! O rapaz anda andou aprendendo a ler, e agora anda no estudo, que ele é como os outros. É como aqueles lá da vila. E como àquele há aí – sei lá – dezenas e centenas deles, aí para por toda a parte. Pois, não há já mais, porque eles é aqueles que que andam assim mais no estudo, vêm para, por, p- para bons sítios. Mas ainda há muitos. Há muitíssimos.