INF Pois a gente, ele o que se chama alqueve era o seguinte: a terra que tinha trigo, dizia-se o restolho; e a terra que era de milho, ele depois de tirar o milho, dizia-se: "Ah, aquela está alquevada porque teve milho. Está alquevada".
INQ1 Mas que ainda tinha lá o quê?
INQ2 Mas sem ter quase nada…
INF Não tem nada. Não tem nada. Sem ter passado, sem ter nada.
INQ1 Nem a raiz do milho?
INF Na- Tinha a raiz do milho. Pois chama-se: "Está no alqueve". O alqueve era: esteve de milho.
INQ2 Rhum-rhum.
INQ1 E levava-se o gado para lá?
INF Não senhor.
INQ1 Não?
INF Não, não. Aqui as nossas terras não se pode ter gado em cima delas, porque elas são muito barro e aperta e não se faz nada delas.
INQ2 Pois.
INQ1 Quando o senhor falou de semear o, o milho, também, quando era do trigo semeava-se de modo diferente, que era assim?…
INF É sim senhor.
INQ1 Como é que se…
INF Era es- Era espalhado. Primeiro a gente tinha a terra pronta, estava pronta, a gente fazia assim, que se chama belgas. É assim uns [vocalização] regos largos, ele com umas duas braças.
INQ1 Rhum-rhum.
INF A gente dava aqueles reguinhos na terra toda e depois – com o jeito da lavoura –, e depois espalhava-se o trigo, lavra- cobria-se o trigo, que era lavrando, caldeando o trigo, e depois, no fim, gradava-se e estava a sementeira feita à conta de Deus.
INQ1 Então essa maneira de, de pôr o trigo, dizia que estava a quê? A?…
INF É, é A espalhar.
INQ1 E se fosse o milho, que era assim?
INF É É botar milho.
INQ1 Botar milho.
INF Ou deitar milho.
INQ1 Não se dizia ao, ao rego, nem à …? É que havia duas respostas a isto.
INF Não. E há trigo também que…
INQ2 Ao rego.
INF Também deitavam trigo ao rego. Havia quem deitasse o trigo ao rego. Mas essa essa maneira era diferente. A gente encamalhoava a terra toda, com os reguinhos,
INQ2 Rhum-rhum.
INF toda, toda, toda, e depois é que espalhavam o trigo e passava a grade. Ficava o trigo todo no rego. Não era botado com a mão, era espalhado a lanço, à mesma.
INQ2 Ah!