[...] do olyo cayan ssobre ssas uestimentas que auiã muy boõ odor. que lhis era o
mayor ssabor. e o mayor uiço do mũdo. E ben ssabede que os mercadores nõ
leixarõ as peças do muymento de marmor que britaran. u. o sãto corpo iazia iazya: no original iazyam (nota de Pedro de Azevedo). ante as leuaron conssigo. pera ssa terra. E
depoys partiron nas pelos bispos. e pelos orcebispos de Lonbardia. nas arcas
sobrelos altares. por rreligas. Eles yndo assy. seus conpanheyros que fycaram
na naua polas guardar ouuyrõ as lediças que yam fazendo. e sayrõ a eles con
gram lediça e con grande alegrya e louuarõ o ssenhor de toda creatura. E poys
chegarõ aarryba do mar. guisaron o ssãto corpo o milhor que poderom segũdo
o tempo e o logar en que erã. Disy meterõ no en hũa das naues. mays ante
ouue antre eles rreferta. en qual delas yrya. ata que sse acordarom en
hũa. Disi ergerõ sas ancoras e enderẽçarõ ssas ueas. e deu o uento
ẽ elas e partirõ sse do porto a gran lediça. Depoys que os mercadores se
partirõ da eygreia forõ sse os muũges áá cydade de Mirra. Mays ãte o
fezerõ saber aos oméés duũ castelo. que estaua sobrelo sobrelo: no original sebrelo (nota de Pedro de Azevedo).
castelo de mirra ca en aquela guysa lhis auenhera. ca avya. y. mays gẽte
ca en mirra ca a Cydade era despobrada. Mays nenhuũ nõ uus poderya contar
nen dizer o gran dóó nen o gran pesar que ouuerõ quando lhi a uentura contarom.
E adur podyan créér que ssam Nicolas ssofresse que o leuassen en tal guisa.
mays quando forom çertaãos çertaãos: no original Certááos (nota de Pedro de Azevedo). pelos quatro frades. que
átal dóó fazyam. e taes braados dauam. foron todos esbofarydos e leyxaron sse
yr ao már omeẽs e molheres. uelhos e mancebos. minĩhos e
minĩhas. todolos do castelo quãtos. y. auyam. Nenhũu nõ ss[e] quis
escurar d’yr. E quando chegaron aarryba do
mar nõ uirõ nenhũa das naues. entõ começarõ a tirar per seus cabelos e per
sas Baruas. e rronper per sseus panos. e bráádando altas vozes e dyzyã.
Como os que leuauã ssã Nicolas ouuerom medo de o
perder.
“Ay e que gentes fostes e onde. que ousastes fazer
tan grã ardimento en nossa terra. e onde uus ueo esta folya tam grande que
fostes tam grandes ssandeus e tã torteyros. que nos filhastes nossas santas
rreligas que ca muyto auyan que erã en nossa Eygreia de Mirra. Ca ben a .vii c .
e seteẽta e .v. que nenhuũ enperador de constantinopla. nen
nẽhuũ Rey de Grecya. nen nẽhuũ princepe non foy tam
poderoso que ousasse fazer. fazer.: no original fazez. (nota de Pedro de Azevedo). o que uos fezestes.” E
dizyam eles. e fazyam gram doo. e gram chanto. E os mays deles uestidos. e
calçados sse leixauã caer no mar. E dauam uozes e dizyam. “Ay omẽes de
Bar. dade nos nosso padre. e nosso ssenhor. e nosso Bispo.” Mays os de Bar eran
tan alongados pelo mar. que eles nõ uijã os da terra. nen os da terra eles. E
tanto andarã. que chegarom a hũa Inssoa. que .a. nome Coanos. Aly jouuerom
aquela noyte e folgarõ seguramente. Dali mouerom outro dya e foron sse aa
Inssoa. que .a. nome Magutra. E d’i ouuerõ huũ uento que deu con eles
preto da Cydade de Patras u nasçera san Nicolas. e nõ era muy longe da Cydade
de Mirra. E por esto cuydauan que o ssanto confessor os quisesse ali deteer. E
porende sse trabalharon quanto poderon. de sse yr. e alongarõ sse da Cydade.
xx e iiii ro leguas pelo mar. que chegaron a hũa Inssua que a.
nome. Macra. E aly foron tres dyas. e tres noytes con tã gram tempestade que sse
nõ poderom dali mouer. e quãdo ssayrõ aa terra quedou a tempestade. e eles
chamauã e dizyam. “Boõ senhor deus porque nos ueo esta tormẽta.
Marauilha. e. se nos [...] aueo porque nõ leuamos o corpo de ssan Nicolao.
enteyro como cuydauamos. Ca sse o leuassemos nõ ssofrerya el que nos tal tempo
ouuessemos. nen que o mouessemos huum passo de Mirra. E milhor nos auerya que o
tornassemos onde o filhamos ca auermo[...........].[huum] nen ssa terra.” asy
dizyam [todos] ata que a noyte [ueu hy]. E huũ deles que [auya] nome.
Constançes sonhou que lhi
semelhaua
que andorinhas lhi sa[ ...... ]rã [......] [agua] agua: agya? (leitura dubitada de Pedro de Azevedo).
e lha espeçaua. E manhaa disse a sseus conpanheyros [......] [alçassen] a leuar
o corpo de san Nicolas. Mays [soubessen] que huũ deles auya de[ntes] de ssan
Nicolas. ca o [......] [le]vavam enteiro [......] Entõ cõmeçarõ [a falar] ontre
ssy eneesta cousa. atãto que huũ deles que auya nome Lodenandus e outros
tres [......] que leuarã dous de seus dentes e que os meterom en hũa
bolssa. E ssabede que depoys que os meterõ ena bolsa nunca [......] deu de
correr da Bolsa olyo. Entõ filharõ os dentes e tornarõ nos a sseu logar. assi
que todo o corpo .y. foy enteyro. E jurarõ que [......] santas rreligas. poys
que desprazya a ssan Nicolas. E per uentura alguum sse [ ............................................................]
II
[... ]se esspertou achou o dóm que deus
lhi dera en essa maao que tijnha metuda en sseu sseo. E foy muy ledo e Ergeu sse.
e foy depos seus conpanheyros muy toste. E quando os acalçou. non lhis quis
encobrir rrem de ssa Boandança. Enton sse forom todos de ssuũ. E assi lhis
aueo pelo diabóó. e por cobijça dos marauidis que ssabyam que tragya. Entencarõ
cõ ele e mataron’o. E porque temerõ que sseeryam descobertos filharon’o sseu
corpo. e deytaron’o en o primeyro mato que acharõ. e cobriron’o de rraamos. e
de folhas. disy entrarom en sseu camĩho. Mays o ssenhor ssan Nicolas o
uerdadeyro confessor. e o bõo padre ouue gran piedade daquel catyuo que ya en
ssa Romarya. e non quis que perdesse o trabalho de ssa longa carreyra. Porende
appareceu aaqueles que o mataron. en guisa de Romeu muy fremoso. E preguntou lis.
u. yam e eles disserõ que. yan. en rromarya a ssan Nicolao. E o ssanto
omẽ lhis disse. “malauenturados tornade uus. Ca uos Malamẽte
assanhastes deus e san Nicolas. Porque matastes áátam gram crueza uosso
cõpanheyro e uosso coyrmãao. que ascõdestes en aquel Bósco. cõ rramos e cõ
folhas.” Quãdo eles esto ouuirom deitarõ sse a sseus pees. e pidiron lhi merce
que os non descobrisse. E o ssanto ouue ende piedade e tornou os ao corpo. e
poys lo ouue descoberto dos rramos. e das folhas. fez sobrele o ssynal da crux.
e ssa oraçõ a nostro senhor muy umildosamente. E logo o omen morto sse leuantou
ssaão. e san Nicolas partiu sse logo dant’eles .
e assy sse forõ todos de ssuũ. e acabarõ ssa rromarya. e gracyrom muyto a deus
e a ssam Nicolas a mercee que lhis fezera.
Miragre de sã Nicolas.
Huum Mancebo sse partyu de sa terra. e foy en rromarya
a ssã Nicolas. de muy boon coraçom. asi como poys appareceu en ssa obra. E poys
foy ena Cydade de Bar. e uyu que faziã Eygreia de san Nicolas. a muy gram
pressa. filhou sse eneela a laurar. e nõ ouue cura de tornar a ssa terra ata
que fosse acabada. E o dyabóó que .e. enueioso. cõtra aqueles que ben queren
fazer. deu lhi huũ conpanheyro muy mááo e muyto aleyuoso e de muy gran
crueza. Huũ dya aueo que o mançebo e aquel sseu maao conpanheyro dauan
pedra anbos. aos maestres que fazyam a eygreia. e assy laurarõ ateen uespera. E
aueo entõ que e [......]rõ anbos. mays non ssey per [.....]nçõ foy partida. e
os [..........] forõ sse da obra e partirõ sse per [............] e aqueles
anbos ficarõ. o huũ fycou por laurar e auya en grã ssabor. E outro er
fycou polo matar. E o maao conpanheyro quando uyu que todos erã dali partidos.
cõmeçou a desdenhar o outro en muytas guisas. Tanto que filhou huũ martelo
e deu lhi e matou o. Depoys filhou o corpo e estendeu o ante as pedras. Ora
podedes ouuyr gram treeyçõ e gram brauura. Mays contra deus non pode engenho
nen engano ualer. ca aa manháá. foy achado o corpo pelo rrástro do ssaangui que
uirom. E filharon’o e deytaron’o ante san Nicolas. e logo foy rresuscitado. Ca
non quis aquele cujo seruiço fora morto que morresse assy. Enton contou o mançebo
a todos aqueles que .y. estauam cõmo o sseu conpanheyro o matara. Eo omizyam
que o matara fugyu da Cydade. Mays non andou muyto que lhi entrou o dyaboo no
corpo. e ouve per força tornar aa uila e aly foy guarido na eygreja per rrogo de
ssan Nicolas. Ora podedes saber cõmo per esto. e pelas outras cousas. cõmo o ssanto
confessor. e. de gram uertude. e de gram mericymento contra nostro senhor.
quando lhi assy acorre contra aquelles que o seruem e o chamam.
Cõmo a mortaydade. foy tolheyta per sã Nicolas.
Outra miragre que auẽo depos este nõ nos
deuuemos en calar. que foy na Cydade de Lyege ca dereyto nen rrazõ non sséérya.
Ao tenpo que conrráte era enperador d’aleymanha aueo hũa pestelança ena Cydáde de Lege. e ena terra toda
en derredor. ca as gentes morryam tan desmesuradamẽte. que nenhũu nõ
auya. y. tã ssááo que ouuesse esperança en viuer. Nen os omẽes boõs da
terra nom ssabyam que fazer. senõ que chamauã a misericordya de nostro senhor.
Ca ja tã toste non enfermaua omen. nen molher. que nunca ja mays cuydasse ende
guaryr. Na Cydade auya huũ crerigo que era muy misericordioso e piadoso. e
chẽo de gram caridade. e amaua muyto os pobres. e tomou o o mal cõmo
tomaua os outros. Quando esto ssouberõ os pobres da uila que el auya aquel mal
cõmeçarõ a chorar. e a fazer tã gram chanto. cõme sse outra tam gram pestelança
uẽhesse ena terra. Ca eles cuydauam bem e dizyam. que sse perdessẽ
aquel per que eram aiudados. que ena uila non aueryam conselho. nen aiuda.
ũa ũa: no original vã (nota de Pedro de Azevedo). molher que era daquela
conpanha uẽo ali .u. o crerigo jazya que era ja chegado a ssa fym. e
disse lhi. “Bõo ssenhor bẽ ssabede [...................
...................... ................. ...............]